Como já se esperava, o longa-metragem francês "O Artista", mudo e em preto e branco, foi o grande vencedor do Oscar 2012 na noite deste domingo (27), em Los Angeles. A produção que homenageia Hollywood e o cinema da era clássica levou cinco prêmios: melhor filme, direção (Michel Hazanavicius), ator (Jean Dujardin) e trilha sonora. É a primeira vez que uma obra feita fora dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha vence o Oscar de melhor filme e a segunda muda na história – a outra foi "Wings", na primeira edição do prêmio, há 84 anos.
"A Invenção de Hugo Cabret", dirigido por Martin Scorsese, ganhou o mesmo número de estatuetas, cinco, mas apenas em categorias técnicas (fotografia, direção de arte, efeitos visuais, edição de som e mixagem de som). E depois de 29 anos, Meryl Streep finalmente voltou a vencer o Oscar, o seu terceiro, por "A Dama de Ferro".
Ao subir ao palco para pegar a principal estatueta da festa das mãos de Tom Cruise, o produtor francês Thomas Langmann disse agradecer do fundo do coração por esse prêmio "que todo realizador gostaria de ganhar", além de lembrar seu pai, Claude Berri, que recebeu o Oscar de melhor curta-metragem na década de 1960. Ao contrário do que se imaginava, o cachorro Uggie, uma das estrelas de "O Artista", também subiu ao palco para comemorar a vitória.
Hazanavicius dedicou o prêmio a sua mulher, a atriz franco-argentina Bérénice Bejo. "Você inspirou o filme, é a sua alma e a da minha vida", disse, arrancando suspiros da plateia. Por fim, fez uma homenagem a uma das grandes inspirações de "O Artista": "quero agradecer a Billy Wilder, Billy Wilder e Billy Wilder", afirmou, lembrando o diretor de filmes como "Quanto Mais Quente Melhor", "Crepúsculo dos Deuses" e outras pérolas do cinema mundial.
Apresentado por Billy Crystal, que esteve à frente da cerimônia pela nona vez, a cerimônia do Oscar parecia ter saído direto da década de 1990: o comediante usou os truques que sempre fez muito bem, como o hilário vídeo no início da festa, em que interagiu com cenas dos indicados a melhor filme, e um pequeno número musical, com versos fazendo graça com os concorrentes. Sem querer arriscar após o fiasco do ano passado, parece que a Academia resolveu apostar num formato consagrado e congelado no tempo.
A memória, inclusive, foi o tema da premiação, assim como seus principais concorrentes, "O Artista" e "A Invenção de Hugo Cabret", ambos homenagens ao cinema. O cenário no fundo do palco do Hollywood & Highland Center (novo nome do Teatro Kodak) evocava uma sala retrô e toda cerimônia foi marcada por depoimentos de atores lembrando sua relação com a sétima arte.
Aplaudida de pé, Meryl Streep mostrou a humildade de sempre quando chegou ao microfone. "Ora essa", disse, fazendo sinal para que todos parassem. "Quando falaram meu nome, tive a impressão de ouvir metade dos Estados Unidos falando 'oh, ela de novo não'", prosseguiu, se referindo à concorrência com Viola Davis, de "Histórias Cruzadas". Streep agradeceu ao marido, o artista plástico Don Gummer, e ao maquiador Mark Coulier, que também venceu um Oscar, com quem a atriz trabalha há mais de 30 anos.
Christopher Plummer e Octavia Spencer, vencedores dos prêmios de coadjuvante, também foram ovacionados. Chorando muito, Spencer mal conseguiu falar, ao contrário de Plummer, muito bem humorado."Você só é mais dois anos mais velha do que eu, querida, por onde você andava?", disse o ator no palco, brincando com a estatueta – o Oscar foi criado há 84 anos, enquanto ele tem 82 e se tornou o mais velho a já ganhar o prêmio.
Jean Dujardin começou seu discurso de agradecimento lembrando o norte-americano Douglas Fairbanks, astro do cinema mudo, que influenciou sua interpretação em "O Artista". Agradeceu ao diretor Michel Hazanavicius, "por esse presente maravilhoso", à sua companheira de cena, Bérénice Bejo, e a sua mulher, a atriz francesa Alexandra Lamy.
No final, declarou no microfone: "Se George Valentine [nome do personagem], pudesse falar, diria: 'Uau, merci beaucoup, formidable'", gritou, em francês, pulando com o prêmio na mão.
Através de Carlinhos Brown e Sergio Mendes, indicados a melhor canção original pelo filme "Rio", o Brasil perdeu o Oscar para "Os Muppets". O compositor neo-zelandês Brett McKenzie, conhecido pela série "Flight of the Conchords", recebeu a estatueta pela música "Man or Muppet".
"Não foi desta vez, mas valeu muito", escreveu Carlinhos em seu perfil no Twitter. "É uma honra estar aqui representando o Brasil. É maravilhoso ter sido indicado e, ainda por cima, vice."
Indicado a seis prêmios, "Os Descendentes" saiu com apenas um, de melhor roteiro adaptado. Woody Allen venceu o Oscar de melhor roteiro original por "Meia-noite em Paris", mas, como de costume, não foi à cerimônia recebê-lo.
No tradicional momento de homenagear artistas mortos recentemente, a cantora Esperanza Spalding interpretou "What a Wonderful World" acompanhada por um coro de crianças. Passaram pelo telão imagens do diretor Sidney Lumet, Peter Falk, Whitney Houston, Ben Gazzara e Elizabeth Taylor.
Foi um dos melhores momentos da noite, assim como o espetáculo acrobático do Cirque du Soleil – a trupe também homenageou o cinema, num número que teve até homens vestidos como Cary Grant em "Intriga Internacional" (1959) sobrevoando o público do teatro.
Como esperado, o iraniano "A Separação", de Asghar Farhadi, venceu como melhor filme estrangeiro e "Rango", como animação em longa-metragem. Uma das únicas surpresas na premiação foi a vitória de "Os Homens que Não Amavam as Mulheres" em melhor edição: Scott Rudin e Ceán Chaffin ganharam o prêmio pelo segundo ano consecutivo, depois de "A Rede Social", também dirigido por David Fincher.
Indicados a melhor filme, "Cavalo de Guerra", "Tão Forte e Tão Perto", "Árvore da Vida" e "O Homem que Mudou o Jogo" saíram sem prêmio algum.
Veja abaixo a lista completa de ganhadores do Oscar 2012:
Melhor filme: "O Artista"
Melhor diretor: Michel Hazanavicius, "O Artista"
Melhor ator: Jean Dujardin, "O Artista"
Melhor atriz: Meryl Streep, "A Dama de Ferro"
Melhor ator coadjuvante: Christopher Plummer, "Toda Forma de Amor"
Melhor atriz coadjuvante: Octavia Spencer, "Histórias Cruzadas"
Melhor roteiro adaptado: "Os Descendentes"
Melhor roteiro original: "Meia-noite em Paris"
Melhor animação: "Rango"
Melhor filme estrangeiro: "A Separação"
Melhor trilha sonora: "O Artista"
Melhor canção original: "Man or Muppet", de "Os Muppets"
Melhores efeitos visuais: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor fotografia: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor direção de arte: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor figurino: "O Artista"
Melhor edição: "Os Homens que Não Amavam as Mulheres"
Melhor edição de som: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor mixagem de som: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor documentário: "Undefeated"
Melhor curta-metragem: "The Shore"
Melhor curta-metragem de animação: "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore"
Melhor documentário em curta-metragem: "Saving Face"
As informações são do IG
Ao subir ao palco para pegar a principal estatueta da festa das mãos de Tom Cruise, o produtor francês Thomas Langmann disse agradecer do fundo do coração por esse prêmio "que todo realizador gostaria de ganhar", além de lembrar seu pai, Claude Berri, que recebeu o Oscar de melhor curta-metragem na década de 1960. Ao contrário do que se imaginava, o cachorro Uggie, uma das estrelas de "O Artista", também subiu ao palco para comemorar a vitória.
Hazanavicius dedicou o prêmio a sua mulher, a atriz franco-argentina Bérénice Bejo. "Você inspirou o filme, é a sua alma e a da minha vida", disse, arrancando suspiros da plateia. Por fim, fez uma homenagem a uma das grandes inspirações de "O Artista": "quero agradecer a Billy Wilder, Billy Wilder e Billy Wilder", afirmou, lembrando o diretor de filmes como "Quanto Mais Quente Melhor", "Crepúsculo dos Deuses" e outras pérolas do cinema mundial.
Apresentado por Billy Crystal, que esteve à frente da cerimônia pela nona vez, a cerimônia do Oscar parecia ter saído direto da década de 1990: o comediante usou os truques que sempre fez muito bem, como o hilário vídeo no início da festa, em que interagiu com cenas dos indicados a melhor filme, e um pequeno número musical, com versos fazendo graça com os concorrentes. Sem querer arriscar após o fiasco do ano passado, parece que a Academia resolveu apostar num formato consagrado e congelado no tempo.
A memória, inclusive, foi o tema da premiação, assim como seus principais concorrentes, "O Artista" e "A Invenção de Hugo Cabret", ambos homenagens ao cinema. O cenário no fundo do palco do Hollywood & Highland Center (novo nome do Teatro Kodak) evocava uma sala retrô e toda cerimônia foi marcada por depoimentos de atores lembrando sua relação com a sétima arte.
Aplaudida de pé, Meryl Streep mostrou a humildade de sempre quando chegou ao microfone. "Ora essa", disse, fazendo sinal para que todos parassem. "Quando falaram meu nome, tive a impressão de ouvir metade dos Estados Unidos falando 'oh, ela de novo não'", prosseguiu, se referindo à concorrência com Viola Davis, de "Histórias Cruzadas". Streep agradeceu ao marido, o artista plástico Don Gummer, e ao maquiador Mark Coulier, que também venceu um Oscar, com quem a atriz trabalha há mais de 30 anos.
Christopher Plummer e Octavia Spencer, vencedores dos prêmios de coadjuvante, também foram ovacionados. Chorando muito, Spencer mal conseguiu falar, ao contrário de Plummer, muito bem humorado."Você só é mais dois anos mais velha do que eu, querida, por onde você andava?", disse o ator no palco, brincando com a estatueta – o Oscar foi criado há 84 anos, enquanto ele tem 82 e se tornou o mais velho a já ganhar o prêmio.
Jean Dujardin começou seu discurso de agradecimento lembrando o norte-americano Douglas Fairbanks, astro do cinema mudo, que influenciou sua interpretação em "O Artista". Agradeceu ao diretor Michel Hazanavicius, "por esse presente maravilhoso", à sua companheira de cena, Bérénice Bejo, e a sua mulher, a atriz francesa Alexandra Lamy.
No final, declarou no microfone: "Se George Valentine [nome do personagem], pudesse falar, diria: 'Uau, merci beaucoup, formidable'", gritou, em francês, pulando com o prêmio na mão.
Através de Carlinhos Brown e Sergio Mendes, indicados a melhor canção original pelo filme "Rio", o Brasil perdeu o Oscar para "Os Muppets". O compositor neo-zelandês Brett McKenzie, conhecido pela série "Flight of the Conchords", recebeu a estatueta pela música "Man or Muppet".
"Não foi desta vez, mas valeu muito", escreveu Carlinhos em seu perfil no Twitter. "É uma honra estar aqui representando o Brasil. É maravilhoso ter sido indicado e, ainda por cima, vice."
Indicado a seis prêmios, "Os Descendentes" saiu com apenas um, de melhor roteiro adaptado. Woody Allen venceu o Oscar de melhor roteiro original por "Meia-noite em Paris", mas, como de costume, não foi à cerimônia recebê-lo.
No tradicional momento de homenagear artistas mortos recentemente, a cantora Esperanza Spalding interpretou "What a Wonderful World" acompanhada por um coro de crianças. Passaram pelo telão imagens do diretor Sidney Lumet, Peter Falk, Whitney Houston, Ben Gazzara e Elizabeth Taylor.
Foi um dos melhores momentos da noite, assim como o espetáculo acrobático do Cirque du Soleil – a trupe também homenageou o cinema, num número que teve até homens vestidos como Cary Grant em "Intriga Internacional" (1959) sobrevoando o público do teatro.
Como esperado, o iraniano "A Separação", de Asghar Farhadi, venceu como melhor filme estrangeiro e "Rango", como animação em longa-metragem. Uma das únicas surpresas na premiação foi a vitória de "Os Homens que Não Amavam as Mulheres" em melhor edição: Scott Rudin e Ceán Chaffin ganharam o prêmio pelo segundo ano consecutivo, depois de "A Rede Social", também dirigido por David Fincher.
Indicados a melhor filme, "Cavalo de Guerra", "Tão Forte e Tão Perto", "Árvore da Vida" e "O Homem que Mudou o Jogo" saíram sem prêmio algum.
Veja abaixo a lista completa de ganhadores do Oscar 2012:
Melhor filme: "O Artista"
Melhor diretor: Michel Hazanavicius, "O Artista"
Melhor ator: Jean Dujardin, "O Artista"
Melhor atriz: Meryl Streep, "A Dama de Ferro"
Melhor ator coadjuvante: Christopher Plummer, "Toda Forma de Amor"
Melhor atriz coadjuvante: Octavia Spencer, "Histórias Cruzadas"
Melhor roteiro adaptado: "Os Descendentes"
Melhor roteiro original: "Meia-noite em Paris"
Melhor animação: "Rango"
Melhor filme estrangeiro: "A Separação"
Melhor trilha sonora: "O Artista"
Melhor canção original: "Man or Muppet", de "Os Muppets"
Melhores efeitos visuais: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor fotografia: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor direção de arte: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor figurino: "O Artista"
Melhor edição: "Os Homens que Não Amavam as Mulheres"
Melhor edição de som: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor mixagem de som: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor documentário: "Undefeated"
Melhor curta-metragem: "The Shore"
Melhor curta-metragem de animação: "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore"
Melhor documentário em curta-metragem: "Saving Face"
As informações são do IG
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