domingo, fevereiro 12, 2012

Privatização coloca a CUT contra o PT

Não é exagero afirmar que o Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) sempre tiveram uma relação quase que umbilical. Ao longo dos anos 1980 e 1990, as instituições foram dois dos mais presentes atores na oposição aos governos Sarney, Collor, Itamar e Fernando Henrique Cardoso. As bandeiras – tanto as defendidas quanto as empunhadas – estavam invariavelmente presentes nos mais diversos protestos que participaram. Com a chegada do PT ao governo federal, em 2003, a partir da eleição de Lula, a central sindical praticamente saiu das ruas. E, ainda que em um ou outro momento apresentasse visão divergente do governo acerca de um determinado tema, a reação aos eventuais problemas sempre foi extremamente tímida. Semana passada, com a privatização de três dos principais aeroportos do País, desenhou-se um quadro novo. Se em termos práticos a CUT não repetiu os grandes protestos nas ruas de outrora, no discurso, porém, a entidade bateu pesado no governo. E a eterna lua de mel vive, agora, um momento de crise.
“Temos que ser coerentes. O que Dilma fez foi repetir a política do tucanato. Privatização é resgate do PSDB, uma linha que o PT se comprometeu durante a campanha eleitoral a não voltar. A CUT é contra, os movimentos sociais são contra. Se alguém mudou foram o PT e o governo”, afirmou o presidente da CUT em Pernambuco, Sérgio Goiana – que é petista e foi candidato a deputado estadual nas eleições de 2010.

Nenhum comentário: