Globo usa antigas edições para salvar a final do BBB 12
No apagar das luzes do BBB12, o reality-show criticado pela falta de emoção em sua reta final se redimiu. Ou melhor: a emissora líder, para garantir a sobrevivência e a audiência do programa, fez o que sabe para criar, em uma edição de uma hora e meia, uma exibição de imagens que lembraram ao público o melhor do Big Brother Brasil. Como o programa de 2012 não rendeu o suficiente para tonar a edição atraente por si só, os editores tiveram de recorrer a participantes dos primeiros BBBs, como Kleber Bambam e Tina. Tudo para garantir aos viciados em “espiar”, para usar um dos verbos preferidos do apresentador Pedro Bial, que o BBB13 vem aí e pode ser menos chato do que acabou de chegar ao fim.
No último programa do BBB 12, a edição conseguiu pintar o período de três meses mais colorido do que realmente foi. Para quem acompanhou pelo pay per view parecia difícil reconhecer que se tratava da mesma casa. O marasmo habitual dos 90 dias de confinamento se transformou em uma série de imagens dinâmicas, produto do milagre da edição. Monique foi a estrela de um vídeo, com a exibição de seus tombos e seu complexo de gordinha. Em um vestido de oncinha, maquiagem forte e cabelo feito, ela assistia a sua performance na mansão do Projac aos risos, aparentemente mais resolvida com a própria aparência. Mesmo ‘limados’ sem piedade pelo público, os habitantes da selva ganharam destaque. Afinal, foram eles os responsáveis por movimentar a casa enquanto estiveram por lá.
Os dois finalistas, Fael e Fabiana, ganharam vídeos dedicados a mostrar as suas trajetórias no BBB. Ele, discreto, quase imperceptível no jogo, foi transformado pelas palavras de Bial e pela montagem das imagens em um cara esperto, com visão estratégica e que só fala nos momentos devidos. E, por isso, teria conseguido alcançar o milhão e meio de reais. A ‘Mama’ e seu exagero habitual foram mais fáceis de retratar, e não faltaram a dança e as reações histéricas diante das situações do confinamento.
Se em 2011 Bial deu um puxão de orelha nos participantes, desta vez o ‘filósofo’ do BBB preferiu convencer o público de que havia sido um bom programa. Há um ano, chegaram à final Maria, Daniel e Wesley. Antes de anunciar o terceiro lugar, Bial mandou um recado aos eliminados, que, na visão dele, pouco contribuíram para a audiência. “Alguns participantes carregam o programa nas costas. Não costumam vencer. Mas carregam o programa pela autenticidade e coragem de ser o que é. Os protagonistas desta edição, que mantiveram a chama acessa, fizeram o carrossel girar, divertiram e apaixonaram os espectadores aparentemente sem intenção ou esforço de agradar, foram Daniel e Maria. Aplausos, por favor”, disse Bial, antes de anunciar a saída de Daniel. Se, como ele disse em 2011, “jogar bem é se jogar”, Fael deixou a desejar.
Como nem o caubói nem a garota-propaganda chegaram a empolgar, o jeito foi apelar para outras edições mais animadas. E até uma retrospectiva do trabalho de Bial foi feita para dar gás à final do programa. Como se a 12ª edição tivesse sido um mar de rosas, o apresentador anunciou que as inscrições para a próxima edição do reality show seriam abertas nesta sexta.
Bial nunca precisou antecipar a divulgação das inscrições. Mas em uma edição em que o BBB foi também caso de polícia – com a suspeita de abuso sexual de Daniel contra Monique –, o melhor é deixar claro para o Brasil: o programa não emocionou, mas continua. O que se sabe, por enquanto, é que a 13ª edição terá 10 participantes. E carrega a mesma expectativa dos dois anteriores em relação ao primeiro beijo gay. De resto, a certeza de que mulheres siliconadas e homens fortões são uma fórmula que dá certo apenas nos primeiros dias de programa. Como Boninho e a turma do outro lado do vidro vão reinventar o BBB, não se sabe. Mas se o BBB 13 repetir o marasmo da etapa final que deu o prêmio a Fael, quem vai trabalhar duro, mais uma vez, é a turma da edição. (Veja)
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