Itamaraju: "traficante" foi preso com "crack" de milho
A Polícia Científica de Teixeira de Freitas deve salvar da cadeia a qualquer momento um jovem da cidade de Itamaraju, que está preso desde quinta-feira do último dia 16 de fevereiro. O jovem Aguinaldo Fernandes dos Reis foi preso e autuado em flagrante delito em posse de 19 papelotes em forma de pedras ou grãos embrulhados em papel alumínio, onde se suspeitou que fossem pedras de crack.
Mas talvez por descuido ou ausência de constatação na Delegacia de Itamaraju, a possível droga não foi vistoriada, ou seja, os pequenos embrulhos não foram desenrolados e o seu montante acabou sendo anexado ao inquérito sem constatação preliminar e posteriormente encaminhado para exame toxicológico definitivo no Departamento de Polícia Técnica de Teixeira de Freitas, enquanto o acusado permaneceu recolhido à prisão.
Só no início da manhã deste domingo (04/03), os 19 embrulhos de papel alumínio começaram a ser examinados no laboratório toxicológico do DPT em Teixeira de Freitas. Mas o perito criminal Marco Antônio, profissional responsável pelo exame, quando se preparava para análise científica, se surpreendeu ao desenrolar os pacotinhos em papel alumínio. Dentro dos embrulhos a autoridade científica encontrou 11 grãos de milho de pipoca, nos outros 7 embrulhos encontrou pedrinhas de rocha, retiradas da terra, e o 19º embrulho só existia o próprio papel alumínio amassado.
Vale explicar: Em cidade onde não existe perito oficial, como é o caso de Itamaraju, quando apreendidos objetos tidos como drogas, o delegado nomeia um agente do quadro da polícia que possua curso superior para que faça a constatação preliminar do material e dê a mínima materialidade para se lavrar o flagrante delito e na seqüência o material é encaminhado à Polícia Técnica onde é examinado oficialmente pelos peritos criminais que expedirão o laudo definitivo sobre a substância examinada. Mas desta vez, a constatação preliminar não foi feita na DP e os grãos de milho passaram como pedras de crack que já renderam ao seu autor, pelo menos 17 dias de “cana”, porque só neste domingo (04), a Polícia Científica descobriu que os pequenos embrulhos não estavam preenchidos com entorpecentes.
Naturalmente o titular da Polícia Civil de Itamaraju, delegado Gean Nascimento, quando receber o laudo explicando o conteúdo do material encontrado nos embrulhos, solicitará à juíza criminal da comarca, o imediato alvará de soltura do acusado, ao informar que a substância que motivou o seu flagrante não foi considerada entorpecente pela Polícia Cientifica. E claro, o próprio acusado por ocasião da sua prisão, sabedor da repercussão que causaria na mídia, preferiu ficar calado e se proteger na prisão, temendo revanche dos próprios traficantes ou dos viciados a quem ele já havia vendido pedras de rocha e grãos de milho, como se fossem as reais pedras ilícitas de crack.
Mas o internauta do Teixeira News já pensou na possibilidade se o delegado fosse levar o fato ao pé da letra? (caso tratasse sobre venda legal), ele enquadraria o acusado em crime de estelionato, porque estava enganando os seus próprios clientes (viciados), vendendo milho por crack em embalagem padrão.
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