O brasileiro se habituou, nas últimas décadas, a assistir aos jogos da seleção confiante de que, na hora de marcar o gol, o centroavante — com a camisa 9 — fazia a diferença. Teve o prazer, inclusive, de contar com uma sequência de craques na posição. Careca, depois Romário (que vestia a 11); após o Baixinho, Ronaldo Fenômeno, soberano por uma década. Em seguida, por um breve momento, Adriano. Mas a fonte secou, e hoje Mano Menezes encontra problemas para achar substitutos.
Alexandre Pato, a solução natural para o posto, há anos sofre com lesões e nunca teve regularidade na seleção. Luis Fabiano só em outubro voltou ao futebol, após sete meses afastado, e Adriano sequer consegue entrar em campo. Por isso, coadjuvantes como Hulk, Fred e Jonas ganham oportunidades, e o promissor Leandro Damião é o primeiro da fila. Centroavante à moda antiga, nenhum — Neymar é o grande astro do futebol brasileiro, mas tem perfil de mais velocidade.
— Hoje, o futebol é menos ofensivo. As equipes jogam com só um atacante. O sujeito que joga na área recebe duas bolas por jogo. Muito pouco. Então, os jovens preferem jogar pelas pontas, onde fazem duas jogadas em cinco minutos, participam mais. É uma facilidade maior — analisa Careca.
Para Ney Franco, técnico da seleção sub-20, não houve, nos últimos anos, uma redução no número de centroavantes que surgem para o futebol. Pelo contrário: quem aparece nas categorias de base, no começo, busca primeiro fazer gols, a função essencial do camisa 9. O brasileiro é que, após a dupla Ro-Ro, ficou exigente:
— É uma questão de safra mesmo, é uma geração que oferece muitos jogadores de referência, mas falar em Romário e Ronaldo é falar em nomes realmente muito acima da média. Para essa posição temos nomes: o Fred, o Damião, o que ditará quem será o novo atacante é a sequência. Quem sabe não está começando a Era Damião? — analisa.
A escassez de camisas 9 do país se reflete com precisão na ausência de centroavantes brasileiros nos principais clubes europeus: nenhum, além de Pato, que é reserva do Milan. Tanto que, para Zagallo, a melhor solução é (hoje) caseira: recuperar o Imperador.
— Se conseguir se reabilitar no Flamengo, bola o Adriano sempre teve para jogar na seleção. Isso é evidente. Ainda está com idade, fisicamente é tranquilo. Precisa mostrar que pode voltar a jogar o que já jogou. Precisa esquecer o extracampo, virar um atleta — analisa.
O desconhecido Lima, o único artilheiro do Brasil, brilha em Portugal
O único goleador brasileiro na Europa atualmente veste a camisa modesta do Sporting Braga e saiu do Brasil com fama de caneleiro. Em Portugal, virou estrela: não pode sequer conceder entrevistas por causa da campanha da equipe no Campeonato Português, brigando ponto a ponto com Porto e Benfica pelo título.
Lima, de 28 anos e 17 gols na competição, é o destaque do pequeno clube, que cresceu muito nos últimos anos. Até 2009, o atacante só acumulou passagens discretas por equipes pequenas do Brasil (e um fracasso no Santos). Depois, ficou no português Belenenses até 2010 e se mudou para o Braga.
De acordo com o portal de negociações do futebol "Transfermarkt", há 12 centroavantes entre os 50 jogadores mais caros do planeta. Só dois brasileiros: Hulk, avaliado em R$ 81 milhões, e Pato (R$ 70 milhões). Os únicos da posição, no país, em alto nível na Europa. E só um segundo atacante: Neymar. Escassez de opções que, na Argentina e no Uruguai, parece piada. Nos vizinhos, sobram nomes de peso para fazer a função do artilheiro com excelência.
A começar pelo melhor do mundo. Lionel Messi costuma jogar pelas pontas no Barcelona, e mesmo assim já anotou 50 gols na temporada. Fora Agüero e Tevez, do Manchester City, e os centroavantes de ofício Higuaín, do Real Madrid, Diego Milito, do Inter de Milão, e Lisandro López, do Lyon. Seis nomes de clubes poderosos — e que marcam gols. Muitos gols.
Na Celeste, considerada a melhor seleção do continente na atualidade (campeã da Copa América), o ataque é só de astros. O astro Diego Forlán vive má fase no Inter de Milão, mas há substitutos à altura: Luis Suárez, do Liverpool, e a sensação Edinson Cavani, do Napoli. Todos podem atuar como centroavantes.
Nas principais seleções europeias, a renovação no ataque já aconteceu: na Alemanha, Mario Gómez; na França, Karim Benzema; na Itália, Mario Balotelli; a Espanha, campeã do mundo, conta com dois nomes de peso, mesmo em momentos ruins: David Villa e Fernando Torres. (Extra)
— Hoje, o futebol é menos ofensivo. As equipes jogam com só um atacante. O sujeito que joga na área recebe duas bolas por jogo. Muito pouco. Então, os jovens preferem jogar pelas pontas, onde fazem duas jogadas em cinco minutos, participam mais. É uma facilidade maior — analisa Careca.
Para Ney Franco, técnico da seleção sub-20, não houve, nos últimos anos, uma redução no número de centroavantes que surgem para o futebol. Pelo contrário: quem aparece nas categorias de base, no começo, busca primeiro fazer gols, a função essencial do camisa 9. O brasileiro é que, após a dupla Ro-Ro, ficou exigente:
— É uma questão de safra mesmo, é uma geração que oferece muitos jogadores de referência, mas falar em Romário e Ronaldo é falar em nomes realmente muito acima da média. Para essa posição temos nomes: o Fred, o Damião, o que ditará quem será o novo atacante é a sequência. Quem sabe não está começando a Era Damião? — analisa.
A escassez de camisas 9 do país se reflete com precisão na ausência de centroavantes brasileiros nos principais clubes europeus: nenhum, além de Pato, que é reserva do Milan. Tanto que, para Zagallo, a melhor solução é (hoje) caseira: recuperar o Imperador.
— Se conseguir se reabilitar no Flamengo, bola o Adriano sempre teve para jogar na seleção. Isso é evidente. Ainda está com idade, fisicamente é tranquilo. Precisa mostrar que pode voltar a jogar o que já jogou. Precisa esquecer o extracampo, virar um atleta — analisa.
O desconhecido Lima, o único artilheiro do Brasil, brilha em Portugal
O único goleador brasileiro na Europa atualmente veste a camisa modesta do Sporting Braga e saiu do Brasil com fama de caneleiro. Em Portugal, virou estrela: não pode sequer conceder entrevistas por causa da campanha da equipe no Campeonato Português, brigando ponto a ponto com Porto e Benfica pelo título.
Lima, de 28 anos e 17 gols na competição, é o destaque do pequeno clube, que cresceu muito nos últimos anos. Até 2009, o atacante só acumulou passagens discretas por equipes pequenas do Brasil (e um fracasso no Santos). Depois, ficou no português Belenenses até 2010 e se mudou para o Braga.
De acordo com o portal de negociações do futebol "Transfermarkt", há 12 centroavantes entre os 50 jogadores mais caros do planeta. Só dois brasileiros: Hulk, avaliado em R$ 81 milhões, e Pato (R$ 70 milhões). Os únicos da posição, no país, em alto nível na Europa. E só um segundo atacante: Neymar. Escassez de opções que, na Argentina e no Uruguai, parece piada. Nos vizinhos, sobram nomes de peso para fazer a função do artilheiro com excelência.
A começar pelo melhor do mundo. Lionel Messi costuma jogar pelas pontas no Barcelona, e mesmo assim já anotou 50 gols na temporada. Fora Agüero e Tevez, do Manchester City, e os centroavantes de ofício Higuaín, do Real Madrid, Diego Milito, do Inter de Milão, e Lisandro López, do Lyon. Seis nomes de clubes poderosos — e que marcam gols. Muitos gols.
Na Celeste, considerada a melhor seleção do continente na atualidade (campeã da Copa América), o ataque é só de astros. O astro Diego Forlán vive má fase no Inter de Milão, mas há substitutos à altura: Luis Suárez, do Liverpool, e a sensação Edinson Cavani, do Napoli. Todos podem atuar como centroavantes.
Nas principais seleções europeias, a renovação no ataque já aconteceu: na Alemanha, Mario Gómez; na França, Karim Benzema; na Itália, Mario Balotelli; a Espanha, campeã do mundo, conta com dois nomes de peso, mesmo em momentos ruins: David Villa e Fernando Torres. (Extra)
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