domingo, abril 15, 2012

CRÍTICA: a estreia de 'Máscaras', na Record

Diferentemente do que acontece nas histórias a que o público está acostumado, o capítulo de estreia de “Máscaras” — novela de Lauro César Muniz, dirigida por Ignácio Coqueiro na Record — foi centrado numa só personagem. Com depressão pós-parto, Maria (Miriam Freeland) tentou matar seu bebê. Na tentativa de se recuperar do trauma, passou um mês a bordo de um navio para, nas primeiras cenas, voltar à fazenda onde vivia com o marido e o filho. Lauro César, um autor experiente e com uma lista de bons serviços prestados à televisão, conseguiu atribuir uma dose de originalidade ao lançamento de sua trama. Originalidade é um mérito, verdade. Mas em si não garante qualidade.
“Máscaras” tem inúmeros problemas que prejudicaram sua estreia. Só para citar alguns, a captação de som é sofrível. A edição, idem. Nas sequências em que Miriam surgiu apoiada na balaustrada do navio, o revezamento de planos e contraplanos deixou evidente que ela estava no estúdio. Foi tosco. Faltou ainda cuidado com os detalhes. Nas cenas da tempestade, na fazenda, os personagens passaram por um corredor cercado de cortinas voando graças a um vendaval. No minuto seguinte, do lado de fora da casa, viam-se as janelas todas fechadas.
Mas o pior foi a direção de atores. Miriam Freeland já mostrou, no teatro e na própria dramaturgia da Record, que é cheia de talento e possibilidades. Em “Máscaras”, entretanto, está perdida. Como uma moça bipolar, teve momentos em que parecia apenas uma iniciante esforçada imitando aquele clichê de moça louca. Os atores, no geral perdidos ou malconduzidos, tiveram sua missão dificultada por falas do tipo: “À noite, o mar é um convite para quem tem contas a acertar consigo mesmo” (Daniela Galli/Antônia). Ou ainda: “Estou louca?”, “Você tá louca?”, “Tô louca?” (Miriam). O paroxismo dessa situação se deu quando Luma (Karen Junqueira) e Antônia cantaram o hino da Marinha brasileira (“Qual cisne branco/em noite de lua”...). Com tudo isso, foi inevitável: o artificialismo reinou. Finalmente, como é costume na Record, houve uma generosa concessão à violência, com um bandido ameaçando atirar um bebê da janela de um caminhão-tanque em movimento.
“Máscaras” pode melhorar, afinal, na estreia, Paloma Duarte, uma das melhores profissionais da emissora, não apareceu. Mas ainda precisa de inúmeros acertos.

Claudia Raia muda agenda para conciliar 'Salve Jorge' e 'Cabaret'
Claudia Raia não gravará “Salve Jorge” de sexta-feira a domingo. Em compensação, abrirá mão de um dia de encenação de “Cabaret”. O arranjo foi para que ela pudesse aceitar o papel da traficante de pessoas Lívia na novela de Glória Perez.

Polivalência em alta
Este ano, no “CQC”, a ordem para os repórteres é circular pelos temas. Monica Iozzi vai menos a Brasília e fará mais comportamento, e daí por diante.

Nostalgia
A Globosat vai lançar o Phylos, serviço de video on demand que permitirá o aluguel de antigas atrações do GNT (todas legendadas).

Tomou gosto
Cocriador de “Two and a half men”, Lee Aronsohn anunciou que Ashton Kutcher quer voltar na próxima temporada do programa.

Ranking
Segundo o “TV guide”, “American idol” é o programa mais querido nos EUA. Depois, vêm “NCIS”, “The Big Bang Theory” e “The voice”.

Panelinhas
Reza a lenda que saber cozinhar é garantia de estadia mais longa na casa do “Big Brother”. O fato é que a geladeira que aparecia na 12 edição do programa está entre os objetos de cena mais comentados por espectadores que ligaram para a Globo em março.

A escola no centro
Em sua nova fase, a partir de agosto, “Malhação” continuará ambientada principalmente numa escola, já que é este o lugar central da vida dos adolescentes.

Dunas
Orã Figueiredo, de “Tapas & beijos”, foi para Barra do Cunhaú, no Rio Grande do Norte, de férias.

GNT vai coproduzir versão brasileira de 'In treatment'
O GNT vai coproduzir com a Moonshot Pictures a versão brasileira de “In treatment”. Os direitos foram negociados com o criador do formato, o israelense Hagai Levi. A série teve versões em inúmeros países. A da HBO, que foi exibida aqui, ganhou um Globo de Ouro e dois Emmys. A estreia no canal da Globosat está prevista para outubro.

O formato
“In treatment” acompanha a ação dentro do consultório do psicanalista Paul Weston e cada temporada tem 45 episódios. De segunda a quinta, ele aparece com seus pacientes. Na sexta, Weston se consulta com sua supervisora.

Agora ouve os outros
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, estreia amanhã no comando de um talk-show no RT, canal russo de língua inglesa. Serão 12 programas gravados na Inglaterra. Os nomes dos entrevistados não foram divulgados.

Marcelo D2 com Jayme Matarazzo no estúdio de “Cheias de charme”, no Projac. D2 e o filho escreveram a música do personagem de Jayme

Atrasos 1
Marcello Novaes teve um dublê nas cenas em que Max, seu personagem em “Avenida Brasil”, é perseguido numa fuga com moto. Não só pelo risco: foi a solução para liberar o ator de sequências longas.

Atrasos 2
“Avenida Brasil” está sem frente. Para se ter uma ideia da dificuldade que envolve as gravações do núcleo principal, a história do sequestro de Carminha (Adriana Esteves) terá 29 cenas externas divididas em apenas dois capítulos.

NOTA 10
Para José de Abreu, arrasando (qual a surpresa?) como o repugnante Nilo de “Avenida Brasil”. O personagem é um prato cheio para um bom ator como ele, que sabe todos os segredos para não cair no exagero.

NOTA 0
Para o “SBT Rio”. O apresentador, Rogério Forcolen, é muito simpático mesmo, mas pega pesado no jornalismo-show. Dia desses, dançou funk no estúdio com um martelinho na mão. Inacreditável. (Patrícia Kogut)

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