O destróier HMS Dauntless, um dos navios de guerra mais modernos da Grã-Bretanha, zarpará na quarta-feira em direção ao Atlântico Sul para realizar "tarefas rotineiras de patrulha", disse um porta-voz do Ministério da Defesa. A ação foi anunciada no dia do aniversário de 30 anos do início da guerra entre Grã-Bretanha e Argentina pelas ilhas Malvinas, de soberania britânica, mas que o país sul-americano reivindica desde 1833.
O HMS Dauntless partirá na quarta-feira do porto de Portsmouth, no sul da Inglaterra, para cumprir uma missão que durará seis meses, substituindo outra embarcação britânica, acrescentou o porta-voz de Defesa. O navio passará primeiro pela África do Sul, e uma vez no Atlântico Sul substituirá o Montrose, que fazia tarefas de vigilância nas proximidades das ilhas Malvinas.
A ação do navio já tinha sido anunciada pela Grã-Bretanha no fim de janeiro, embora sem a definição de uma data, e foi condenada pelo governo argentino. A Grã-Bretanha insistiu que este desdobramento não representa uma militarização do Atlântico Sul, mas faz parte da contínua presença britânica na área.
O governo argentino de Cristina Kirchner criticou o envio da embarcação e também a recente presença nas Malvinas do príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, que considerou uma provocação. No aniversário de 30 anos da guerra, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, reiterou o compromisso de defender a autodeterminação dos habitantes das Malvinas, cerca de 3.000.
"Há 30 anos, a população das ilhas Falklands (Malvinas) sofreu um ato de agressão que tentava roubar sua liberdade e seu estilo de vida", disse o chefe de governo conservador. "Hoje também é um dia de comemoração e reflexão. Um dia para lembrar de todos que perderam a vida no conflito: os membros de nossas forças armadas e também os argentinos que morreram", afirmou.
O aniversário acompanha um aumento da tensão entre a Argentina e a Grã-Bretanha, depois que Buenos Aires intensificou sua reivindicação sobre a soberania das ilhas. Veteranos britânicos da guerra - e parentes daqueles que morreram - prestaram homenagens no Memorial Nacional Arboretum, em Staffordshire.
Entenda o caso
• As Ilhas Malvinas - Falkland, em inglês - ficam a cerca de 500 quilômetros do litoral argentino, mas são administradas e ocupadas pela Grã-Bretanha desde 1833.
• O arquipélago foi motivo de tensão entre os dois países até que, em 1982, o ditador argentino Leopoldo Galtieri comandou uma invasão ao território.
• O governo britânico reagiu rapidamente, enviando às ilhas uma tropa quase três vezes maior do que a da Argentina, que se rendeu dois meses depois.
• Na guerra morreram 255 militares britânicos e mais de 650 argentinos.
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