quarta-feira, abril 25, 2012

Novos documentos comprovam que Havelange e Teixeira receberam suborno na Fifa

Ricardo Teixeira e João Havelange em evento no Rio de Janeiro (01/02/2005)
Ricardo Teixeira e João Havelange em evento no Rio de Janeiro (01/02/2005)

  • Agora está confirmado: Ricardo Teixeira usou a empresa Sanud 
    junto com João Havelange para receber comissões em nome da 
    Fifa e não repassou os valores aos cofres da entidade. Os valores 
    finais ainda não foram fechados pela Justiça da Suíça, mas os 
    subornos podem ter passado de US$ 40 milhões, entre 1978 e 2000. 
    O escândalo está sendo investigado pelo Parlamento Europeu, 
    que divulgou um relatório parcial esta semana.

NÚMEROS DO ESCÂNDALO

  • 1974-1978

    Duração do mandato de Havelange como presidente da Fifa
  • 1994-2012

    Período no qual Teixeira foi membro do comitê executivo da Fifa
  • US$ 40 milhões

    Valor do suborno recebido pelos dois dirigentes entre 1978 e 2000
  • 1982-2001

    Anos de fundação e falência da empresa de marketing esportivo ISL
  • 2001

    Ano no qual foi realizada a CPI do Futebol, que investigou Teixeira
    Parte dessas comissões milionárias foram recebidas pelos brasileiros entre 1989 e 1998, ano em que Havelange se afastou da presidência da Federação, depois de cumprir mandatos seguidos desde 1974.
    Além da Sanud, empresa investigada na CPI do Futebol em 2001 (e que tem o irmão de Teixeira, Guilherme, como procurador, no Brasil) os dois brasileiros usaram também o fundo  Renford Investiments, e a empresa Garantie JH para coletar propinas na venda de direitos de transmissão dos jogos das Copas do Mundo, “para um país da América do Sul”.
    As informações foram amplamente investigadas pelo promotor suíço Thomas Hildebrand que abriu ação criminal contra os dois brasileiros, mantendo seus nomes  sob sigilo judicial.
    Mas alguns documentos exclusivos obtidos porUOL Esporte,  no ano passado, permitem cruzar as datas dos depósitos efetuados em várias contas de empresas de fachada, usadas no maior escândalo de corrupção esportiva, que chega a 122,6 milhões de francos suíços ou cerca de US$ 160 milhões no total.
    Parte desse dinheiro (mais de US$ 40 milhões) ficou nas contas dos dois brasileiros que estavam por trás de um grupo de empresas listadas pela promotoria suíça.Mesmo mantendo o sigilo judicial imposto ao processo criminal que ainda tramita na Suíça, o promotor Hildbrand deu detalhes sobre as operações das duas pessoas denunciadas no recebimento de propina. Essas pessoas foram codificadas pelas letras H (Teixeira) e E (Havelange).

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