PERGUNTA – O PSB vai lançar candidato no Recife?
EDUARDO CAMPOS – Nesse instante, estou ouvindo os que não falaram durante este tempo todo e, com muita paciência, acompanharam o processo que vocês viveram. Estou ouvindo aqueles que não puderam falar. Não conclui essa escuta, que é muito importante porque a atitude que temos que tomar tem que ser compartilhada com a opinião de todos que fazem a Frente Popular.
PERGUNTA – Com quem está falando?
EDUARDO – Todos que não falaram, são muitos. Os partidos que assistiram a um debate sendo feito por um partido (o PT) que viveu todo um debate. Os outros partidos da Frente, que são muitos e têm lideranças importantes. Tenho responsabilidade com o Recife, que sempre foi muito generoso no apoio político ao nosso governo. A cidade do Recife tem toda atenção de minha parte. Preciso fazer essa escuta para substanciar e lastrear o passo seguinte a tomar.
PERGUNTA – É uma crítica ao PT ou ao prefeito?
EDUARDO – O momento não é de fazer observações sobre as pessoas. A hora é de pensar a cidade, pensar no cidadão que não vai disputar a eleição e não tem filiação partidária, que está a fim de construir uma cidade melhor para se viver, uma cidade onde se cuide da saúde, da segurança, se cuide da mobilidade. Um debate que eu fiz como candidato para chegar ao governo, fiz no primeiro mandato. Foi reconhecida essa atitude quando disputei a segunda eleição e tenho feito isso neste segundo mandato. Esse é o debate que me interessa. Debater as pessoas. O interesse desse ou daquele partido, acho que não é o debate que me encanta.
PERGUNTA – O senhor tem feito movimentos que sinalizam para a possibilidade de uma candidatura do PSB, é possível?
EDUARDO – O debate que falei há pouco se arrastou e foi além do tempo previsto. Ele se deu no tempo em que chegou aos prazos legais de desincompatibilização (referindo-se aos secretários exonerados). Não imaginava que ia chegar até aí. Se chegou até essa data, o PSB precisava estar em condições, inclusive, de colocar, como colocou, quatro quadros de grande experiência administrativa, que nos ajudaram nesses anos a fazer um governo que é largamente reconhecido na cidade do Recife, à disposição da Frente (Danilo Cabral, Sileno Guedes, Geraldo Júlio e Tadeu Alencar). Desde o início, temos nos portado no sentido de buscar a unidade da Frente, não a unidade a qualquer custo, mas a unidade em torno de um conceito, de um valor, de um programa para a cidade, em torno de algo que encante a cidade, que anime o cidadão. A Frente do Recife tem serviços prestados nos últimos anos, mas nós queremos mais. Queremos ir mais longe. Queremos ver o Recife melhorando. O Recife melhora na medida em que a gente tiver a unidade política, que a gente possa fazer o debate que interessa ao cidadão.
PERGUNTA – Essa briga interna do PT tirou as condições de o partido conduzir esse processo?
EDUARDO - É exatamente essa opinião que estou colhendo dos partidos da Frente. As lideranças dos partidos estão fazendo essa avaliação. Essa situação vivida por um partido importante da Frente Popular, como o PT, é uma situação que tira as condições do PT de liderar esse processo? Mais do que isso, não é só liderar uma eleição, é liderar um processo de governo. Para liderar um governo, é preciso ter as condições de unidade política em sua base, necessária para dar rumo à gestão, de dar condições de acelerar os processos de transformação da cidade. Essa é a primeira pergunta que tenho feito aos meus interlocutores. É um direito dos partidos opinarem, não podemos impor uma decisão. O PSB entende que não é possível decidir sozinho, o PSB vai definir ouvindo o conjunto, é assim que se faz política. Foi assim que a Frente Popular se montou.
PERGUNTA – Humberto Costa reúne as condições?
EDUARDO - Tenho que fazer a consulta aos partidos. Não é um debate sobre nomes. Nomes isoladamente dizem muito pouco nesse momento. Nós temos nomes extraordinários que passaram por esse debate, inclusive o do senador Humberto Costa. Há um ano e meio estávamos juntos, disputando uma chapa majoritária. Pedi voto para Humberto ser senador. Agora, não é uma questão do nome de A, de B ou de C. A questão é qual é a correlação de força? Qual é a unidade política construída? Essa unidade é em torno de que projeto para a cidade? Qual é o padrão de gestão que se quer no futuro? Qual é o compromisso que se tem com a saúde pública? Uma área que o meu governo trabalhou fortemente no Recife com as UPAS, os novos hospitais. Esse é o debate, não é o debate sobre os nomes.
PERGUNTA – O que o senhor tem ouvido?
EDUARDO - Não pedi autorização aos partidos para falar tudo. Não tenho nenhum microfone desses de vocês para gravar o que eles disseram. Corro o risco de esquecer algo importante que eles falaram. Tenho que ouvir os partidos em uma primeira rodada. Depois, ouvir sequencialmente. Eles têm que conversar entre eles. Fazer isso com tranquilidade, mas com firmeza. Pode ficar tranquilo, que vamos tomar a atitude que seja melhor para o povo do Recife.
PERGUNTA – Tem prazo?
EDUARDO – O prazo é o da lei. A política pode dar outro prazo, mas depende de todo um processo político. Não quero limitar o tempo dos partidos, até porque os partidos que estão sendo ouvidos agora tiveram paciência. Não seria justo dizer que eles têm 72 horas, 24 horas. O prazo é o da lei.
PERGUNTA – Onde está o nó, já que estamos às vésperas das convenções?
EDUARDO – Essa situação toda se gerou a partir de uma divergência intensa dentro de um partido da Frente (o PT), que governa a cidade do Recife e que, portanto, tinha a tarefa de coordenar essa sucessão no conjunto da Frente. Essa tarefa da coordenação da Frente, o tempo foi consumido no debate interno dentro de um partido e aí chegou a hora dos prazos legais e a necessidade de ouvir os outros e tomarmos uma atitude. Nós podemos tomar alguns caminhos, não temos muitos. Temos alguns caminhos a tomar e esse caminho tem que ser tomado com muita sensatez, levando em consideração a nossa história, o nosso compromisso com o povo, o que é melhor para a cidade, o pós-eleição. O que a gente pode fazer para que a vida do povo do Recife seja melhor? É isso que temos que fazer com tranquilidade, mas temos que fazer isso, ouvindo, participando as pessoas, com muito cuidado para que esse processo não acumule mais problemas.
PERGUNTA – Por que o senhor toma a responsabilidade de conduzir o processo?
EDUARDO – No quadro normal, a Presidência da República coordena a sua sucessão. O governador deve coordenar a sua sucessão. O prefeito deve coordenar a sua sucessão. Às vezes, as condições não são dadas para que isso ocorra. Tenho no Estado 184 municípios que estão ocorrendo sucessão. Não é minha tarefa sair coordenando sucessão em cada um desses municípios. O Recife é a capital do Estado. Tenho aqui milhares de pessoas que têm confiança política no nosso papel, que nos reconheceram como governador por duas vezes. Reconhecem o nosso governo. Além dessas pessoas, os próprios partidos, nas últimas horas, vieram me procurar exatamente para que eu pudesse contribuir para se encontrar uma saída. Não posso me furtar a esse papel. Mas para fazer esse papel primeiro conversei com o prefeito do Recife, disse que estava sendo instado pela imprensa, pelas pessoas nas ruas. Eu falei para o prefeito que, a partir daquele momento, iria procurar todos os partidos da Frente, como procurei ontem o senador Humberto Costa. Em um determinado momento, me pareceu que a unidade interna (do PT) estava costurada. Na sequência, não estava nada costurado. Isso tem que se levar em conta, isso está resolvido ou não? Tem consequências. Já vivi eleições com unidade política e sem unidade. Já vi unidade verdadeira e já vi unidade pela metade. E sei o que dá um caminho e outro. Eu tenho a responsabilidade de compartilhar essa experiência com todos os companheiros da Frente e com a própria cidade. Não posso amanhã ir para a opinião pública seja em caminhada, em entrevista ou no guia eleitoral dizer algo que eu não acredito. As eleições interessam aos políticos. Ao povo interessa ter uma grande gestão.
PERGUNTA – Tem como manter a unidade da Frente?
EDUARDO - Esse é o nosso objetivo, a nossa atitude sempre foi nessa direção de buscar a unidade por diversos gestos tomados ao longo desse tempo todo. Se ela vai ser possível, depende dos partidos. Primeiro, para unir a Frente, cada um tem que unir o seu partido. A unidade começa em casa.
EDUARDO – Todos que não falaram, são muitos. Os partidos que assistiram a um debate sendo feito por um partido (o PT) que viveu todo um debate. Os outros partidos da Frente, que são muitos e têm lideranças importantes. Tenho responsabilidade com o Recife, que sempre foi muito generoso no apoio político ao nosso governo. A cidade do Recife tem toda atenção de minha parte. Preciso fazer essa escuta para substanciar e lastrear o passo seguinte a tomar.
PERGUNTA – É uma crítica ao PT ou ao prefeito?
EDUARDO – O momento não é de fazer observações sobre as pessoas. A hora é de pensar a cidade, pensar no cidadão que não vai disputar a eleição e não tem filiação partidária, que está a fim de construir uma cidade melhor para se viver, uma cidade onde se cuide da saúde, da segurança, se cuide da mobilidade. Um debate que eu fiz como candidato para chegar ao governo, fiz no primeiro mandato. Foi reconhecida essa atitude quando disputei a segunda eleição e tenho feito isso neste segundo mandato. Esse é o debate que me interessa. Debater as pessoas. O interesse desse ou daquele partido, acho que não é o debate que me encanta.
PERGUNTA – O senhor tem feito movimentos que sinalizam para a possibilidade de uma candidatura do PSB, é possível?
EDUARDO – O debate que falei há pouco se arrastou e foi além do tempo previsto. Ele se deu no tempo em que chegou aos prazos legais de desincompatibilização (referindo-se aos secretários exonerados). Não imaginava que ia chegar até aí. Se chegou até essa data, o PSB precisava estar em condições, inclusive, de colocar, como colocou, quatro quadros de grande experiência administrativa, que nos ajudaram nesses anos a fazer um governo que é largamente reconhecido na cidade do Recife, à disposição da Frente (Danilo Cabral, Sileno Guedes, Geraldo Júlio e Tadeu Alencar). Desde o início, temos nos portado no sentido de buscar a unidade da Frente, não a unidade a qualquer custo, mas a unidade em torno de um conceito, de um valor, de um programa para a cidade, em torno de algo que encante a cidade, que anime o cidadão. A Frente do Recife tem serviços prestados nos últimos anos, mas nós queremos mais. Queremos ir mais longe. Queremos ver o Recife melhorando. O Recife melhora na medida em que a gente tiver a unidade política, que a gente possa fazer o debate que interessa ao cidadão.
PERGUNTA – Essa briga interna do PT tirou as condições de o partido conduzir esse processo?
EDUARDO - É exatamente essa opinião que estou colhendo dos partidos da Frente. As lideranças dos partidos estão fazendo essa avaliação. Essa situação vivida por um partido importante da Frente Popular, como o PT, é uma situação que tira as condições do PT de liderar esse processo? Mais do que isso, não é só liderar uma eleição, é liderar um processo de governo. Para liderar um governo, é preciso ter as condições de unidade política em sua base, necessária para dar rumo à gestão, de dar condições de acelerar os processos de transformação da cidade. Essa é a primeira pergunta que tenho feito aos meus interlocutores. É um direito dos partidos opinarem, não podemos impor uma decisão. O PSB entende que não é possível decidir sozinho, o PSB vai definir ouvindo o conjunto, é assim que se faz política. Foi assim que a Frente Popular se montou.
PERGUNTA – Humberto Costa reúne as condições?
EDUARDO - Tenho que fazer a consulta aos partidos. Não é um debate sobre nomes. Nomes isoladamente dizem muito pouco nesse momento. Nós temos nomes extraordinários que passaram por esse debate, inclusive o do senador Humberto Costa. Há um ano e meio estávamos juntos, disputando uma chapa majoritária. Pedi voto para Humberto ser senador. Agora, não é uma questão do nome de A, de B ou de C. A questão é qual é a correlação de força? Qual é a unidade política construída? Essa unidade é em torno de que projeto para a cidade? Qual é o padrão de gestão que se quer no futuro? Qual é o compromisso que se tem com a saúde pública? Uma área que o meu governo trabalhou fortemente no Recife com as UPAS, os novos hospitais. Esse é o debate, não é o debate sobre os nomes.
PERGUNTA – O que o senhor tem ouvido?
EDUARDO - Não pedi autorização aos partidos para falar tudo. Não tenho nenhum microfone desses de vocês para gravar o que eles disseram. Corro o risco de esquecer algo importante que eles falaram. Tenho que ouvir os partidos em uma primeira rodada. Depois, ouvir sequencialmente. Eles têm que conversar entre eles. Fazer isso com tranquilidade, mas com firmeza. Pode ficar tranquilo, que vamos tomar a atitude que seja melhor para o povo do Recife.
PERGUNTA – Tem prazo?
EDUARDO – O prazo é o da lei. A política pode dar outro prazo, mas depende de todo um processo político. Não quero limitar o tempo dos partidos, até porque os partidos que estão sendo ouvidos agora tiveram paciência. Não seria justo dizer que eles têm 72 horas, 24 horas. O prazo é o da lei.
PERGUNTA – Onde está o nó, já que estamos às vésperas das convenções?
EDUARDO – Essa situação toda se gerou a partir de uma divergência intensa dentro de um partido da Frente (o PT), que governa a cidade do Recife e que, portanto, tinha a tarefa de coordenar essa sucessão no conjunto da Frente. Essa tarefa da coordenação da Frente, o tempo foi consumido no debate interno dentro de um partido e aí chegou a hora dos prazos legais e a necessidade de ouvir os outros e tomarmos uma atitude. Nós podemos tomar alguns caminhos, não temos muitos. Temos alguns caminhos a tomar e esse caminho tem que ser tomado com muita sensatez, levando em consideração a nossa história, o nosso compromisso com o povo, o que é melhor para a cidade, o pós-eleição. O que a gente pode fazer para que a vida do povo do Recife seja melhor? É isso que temos que fazer com tranquilidade, mas temos que fazer isso, ouvindo, participando as pessoas, com muito cuidado para que esse processo não acumule mais problemas.
PERGUNTA – Por que o senhor toma a responsabilidade de conduzir o processo?
EDUARDO – No quadro normal, a Presidência da República coordena a sua sucessão. O governador deve coordenar a sua sucessão. O prefeito deve coordenar a sua sucessão. Às vezes, as condições não são dadas para que isso ocorra. Tenho no Estado 184 municípios que estão ocorrendo sucessão. Não é minha tarefa sair coordenando sucessão em cada um desses municípios. O Recife é a capital do Estado. Tenho aqui milhares de pessoas que têm confiança política no nosso papel, que nos reconheceram como governador por duas vezes. Reconhecem o nosso governo. Além dessas pessoas, os próprios partidos, nas últimas horas, vieram me procurar exatamente para que eu pudesse contribuir para se encontrar uma saída. Não posso me furtar a esse papel. Mas para fazer esse papel primeiro conversei com o prefeito do Recife, disse que estava sendo instado pela imprensa, pelas pessoas nas ruas. Eu falei para o prefeito que, a partir daquele momento, iria procurar todos os partidos da Frente, como procurei ontem o senador Humberto Costa. Em um determinado momento, me pareceu que a unidade interna (do PT) estava costurada. Na sequência, não estava nada costurado. Isso tem que se levar em conta, isso está resolvido ou não? Tem consequências. Já vivi eleições com unidade política e sem unidade. Já vi unidade verdadeira e já vi unidade pela metade. E sei o que dá um caminho e outro. Eu tenho a responsabilidade de compartilhar essa experiência com todos os companheiros da Frente e com a própria cidade. Não posso amanhã ir para a opinião pública seja em caminhada, em entrevista ou no guia eleitoral dizer algo que eu não acredito. As eleições interessam aos políticos. Ao povo interessa ter uma grande gestão.
PERGUNTA – Tem como manter a unidade da Frente?
EDUARDO - Esse é o nosso objetivo, a nossa atitude sempre foi nessa direção de buscar a unidade por diversos gestos tomados ao longo desse tempo todo. Se ela vai ser possível, depende dos partidos. Primeiro, para unir a Frente, cada um tem que unir o seu partido. A unidade começa em casa.
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