quarta-feira, junho 13, 2012
Perillo escapa. Hoje CPI vai ouvir Agnelo
Em mais de oito horas de depoimento, o governador de Goiás, Marconi Perillo, passou pelo teste de fogo da CPI do Cachoeira. Perillo manteve-se calmo durante todo o depoimento, mas admitiu fatos que comprovam a presença da organização criminosa em seu governo, como a cooptação de policiais militares e os indícios de proximidade entre sua ex-chefe de gabinete com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a quem só se referiu como "empresário". O governador também não conseguiu colocar um ponto final no capítulo da venda de uma casa em Goiânia. O imóvel, pago com três cheques emitidos por uma empresa de parentes de Cachoeira, serviu de moradia para o bicheiro e sua mulher por oito meses, até ele ser preso, em fevereiro. O tema prioritário do depoimento — marcado por embates entre as tropas de choque da oposição e da base aliada — foi a comercialização do imóvel. Perillo reafirmou que vendeu a casa para o empreendedor Walter Paulo Santiago, por intermédio do ex-vereador Wladimir Garcez, por R$ 1,4 milhão. Sem ter como arcar com a dívida contraída, Garcez a repassou para Walter Paulo, que pagou em dinheiro. "Se eu soubesse que a venda da casa traria tanta confusão e desconforto, eu teria continuado morando nela", reconheceu Perillo, antes de entregar à comissão a cópia dos cheques e da escritura da mansão. O governador de Goiás evitou a todo custo referir-se a Cachoeira com termos pejorativos, como contraventor ou bicheiro, mas rechaçou versão de que eram amigos. Admitiu terem se encontrado algumas vezes em eventos sociais e, em uma delas, para tratar de um pedido de Cachoeira, que pleiteava incentivos fiscais do governo estadual. Confrontado com o fato de, em uma ligação telefônica monitorada pela Polícia Federal, ter parabenizado o bicheiro pelo aniversário, o governador disse que atendeu a um pedido de um amigo.
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