segunda-feira, julho 16, 2012

Milícias ainda controlam redutos eleitorais no Rio

Uma semana depois do início do período eleitoral, milícias e facções criminosas já articulam estratégias para se beneficiarem do domínio territorial. Só os paramilitares mantêm 184 áreas no estado, segundo levantamento da Secretaria de Segurança. Em comparação com as campanhas eleitorais anteriores, os grupos passaram a ser mais discretos na disputa por votos, mas não ficaram menos violentos ao exigir o pagamento de taxas aos interessados em panfletar em seus redutos. Prova disso é o cartaz rasgado no Conjunto Habitacional Dom Pedro I, em Realengo, na Zona Oeste, do qual restou apenas a moldura de madeira e parte do que parece ser um número de candidatura. Episódios como esse, somados às denúncias que chegam ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) alertando para a existência de currais eleitorais em várias regiões, levaram o presidente do órgão, desembargador Luiz Zveiter, a criar uma força-tarefa para combater a atuação do crime organizado. O grupo especial conta com representantes da Secretaria de Segurança, da Polícia Federal, do Comando Militar do Leste e do Departamento de Polícia Rodoviária Federal e fará a primeira reunião amanhã. Em pauta, ameaças relatadas por candidatos, como o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que disputa a prefeitura do Rio e presidiu a CPI das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio, e a vereadora Carminha Jerominho (PTdoB), filha do miliciano Jerônimo Guimarães, o Jerominho, que tenta a reeleição, mas foi impedida de fazer campanha no antigo reduto do pai. Além de Jerominho, estão presos, no presídio federal de Catanduvas, o irmão e o tio dela, Luciano Guinâncio Guimarães e Natalino Guimarães, condenados a dez anos por formação de quadrilha. Jerominho foi vereador e Natalino teve o mandato de deputado cassado. Os principais inimigos de Carminha são ex-aliados do pai: o ex-PM Ricardo da Cruz Teixeira, o Batman, também preso; e Toni Ângelo Aguiar, que desertou da PM. O Disque-Denúncia oferece R$ 1 mil por informações que o levem à cadeia.

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