domingo, agosto 26, 2012

A nova polêmica das cotas

enata Patrícia Alves Bezerra, 20 anos, que cursou o ensino médio na Escola Estadual Augusto Severo, no bairro de Jardim Jordão, Jaboatão dos Guararapes, prestou vestibular no ano passado para engenharia civil na Universidade de Pernambuco (UPE) e para arquitetura na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Tirou nota meio ponto maior na UFPE, mas passou mesmo foi na UPE. A diferença: a instituição estadual de ensino reserva 20% das vagas para alunos da rede pública, enquanto a federal oferece bônus de 10% na nota para estudantes de baixa renda. O projeto do novo sistema de cotas nas universidades e institutos técnicos federais foi aprovado no último dia 7 pelo Senado e prevê que metade das vagas seja ocupada por egressos de escolas públicas. Sob o novo modelo, que aguarda sanção da presidente Dilma Rousseff, Renata decerto teria conseguido a aprovação na UFPE.“A grande diferença é que na UPE concorri com outras pessoas que, assim como eu, estudaram em escolas públicas. Na UFPE, disputei com alunos de colégios particulares. É desigual”, crava a universitária, que está no segundo período do curso de engenharia e feliz da vida.Renata viu o sonho universitário virar realidade graças à porta aberta pela cota, mas nem por isso deixa de ter um olhar crítico sobre o assunto. Acredita que uma reserva de 50% para estudantes da rede pública é um exagero. “É uma questão complicada, que envolve a qualidade do ensino. Acho que 20% é uma cota boa, porque você não tira a questão do mérito e não deixa de dar a oportunidade. Mas 50% é muito. Existe o risco de virar um peneirão e baixar o nível”, opina ela, que conseguiu um estágio na Engemisa – empresa que atua nas obras do Shopping RioMar, no Pina – para ajudar a pagar as despesas na faculdade.

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