domingo, agosto 26, 2012

Servidores de elite têm ganho real desde 1995

Com remuneração média acima da que é paga pela iniciativa privada e com vantagens exclusivas, como estabilidade no emprego, aposentadoria integral equivalente ao último salário e possibilidade de alcançar o topo da carreira em até 20 anos de trabalho, servidores públicos federais ignoram a desindexação da economia e exigem reposição da inflação passada, alegando até mesmo perdas da década anterior. A reestruturação das carreiras entre 2008 e 2010, que resultou em aumentos reais nos últimos anos, não foi considerada suficiente, na avaliação das categorias grevistas, porque haveria perdas do período do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, que manteve os salários congelados.Não é o que revela levantamento feito pelo Correio a partir de dados do Ministério do Planejamento. Os trabalhadores das carreiras da chamada elite do Executivo, que o governo da presidente Dilma Rousseff classifica como "sangues azuis", tiveram aumento acima da inflação desde 1995, mesmo considerando a inflação até julho deste ano. É o caso dos funcionários do Itamaraty, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal, que estão em greve. Os servidores do ciclo de gestão, para o qual não é exigida qualquer experiência, com salário inicial de R$ 13,6 mil e final de R$ 18,5 mil, foram os que tiveram maiores aumentos no período, entre 379% e 417%.A inflação de janeiro de 1995 a julho de 2012, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 244%. Já a média da remuneração do Executivo cresceu bem mais, 391% no período — ganho real de 42,7%. As do Judiciário e do Legislativo tiveram expansão nomianal de 300% e 325%, respectivamente, ou 16,3% e 23,5% acima da inflação. Isso ocorreu mesmo partindo de uma base já elevada em 1995. O vencimento médio era, naquela época, três vezes maior que o do Executivo.

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