Com 40 anos de TV, Sérgio Chapelin se mostra em pleno pique de trabalho
Quando perguntado sobre os 40 anos experiência na televisão, Sérgio Chapelin costuma reagir com a maior simpatia: “Me sinto um sobrevivente por ainda estar no ar. Muitos acham que eu já deveria ter me aposentado, mas isso é uma decisão que só compete a mim e à emissora. Quando ela quiser, vai me avisar. Quando eu sentir necessidade, peço para sair”. Apresentador do Globo Repórter, ele mantém a voz límpida e a postura firme que ocultam seus 71 anos de idade.
Este ano, o senhor completa 40 anos de carreira na tevê. O que o motiva a continuar no comando do Globo Repórter? Tenho um contrato a cumprir (risos). Confesso que, pela minha idade, o corpo já demonstra alguns sinais de cansaço. Mas, na verdade, aliado ao respeito a esse vínculo empregatício com a Globo, eu também gosto muito do que faço. E essa paixão me dá forças para sair da minha casa, no interior de Minas Gerais, e vir toda semana ao Rio de Janeiro gravar o Globo Repórter. Tenho uma excelente relação com todos na produção; e, por ser um programa semanal, me garante um esquema de trabalho muito tranquilo.
Apesar de atuar como apresentador, o senhor sugere pautas ou se envolve no desenvolvimento das matérias do programa? Eu confio demais nos repórteres, redatores e produtores do Globo Repórter. Em alguns momentos, na hora de gravar, dou apenas uma leve modificada no roteiro e só. Nas reportagens, tenho até tido uma participação bem mais ativa em programas especiais. Fiz algumas viagens no projeto dos biomas brasileiros e também entrevistei alguns nomes para o programa em homenagem aos 60 anos da telenovela. Quando o assunto me instiga, sinto muito prazer em ter uma participação mais efetiva, como foi também o caso da edição sobre a história dos trens do Brasil.
O senhor foi o primeiro apresentador do Globo Repórter. Como avalia as mudanças no programa ao longo dos anos? Assim como todos os programas de televisão, ele foi se adequando ao surgimento de novas tecnologias e novas linguagens de mídia. É essencial dizer que é um programa que deu certo, muitas coisas entraram e saíram da grade da emissora ao longo desses anos. No início, ele tinha um caráter mais artístico, muito influenciado pelo cinema documental. Depois passou a ter uma pegada mais investigativa e aventureira, extremamente factual. Hoje em dia, o Globo Repórter tenta unir tudo de melhor que já foi feito, mas com um apelo ao entretenimento e de olho na internet. (Correio Braziliense)
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