quinta-feira, novembro 29, 2012

Insatisfeita com tratamento recebido, Globo cobra mais privilégios da CBF

Trecho de uma troca de e-mails entre executivos da TV Globo expõe o que a cúpula da empresa pensa, hoje, da sua relação com os clubes de futebol com os quais têm contrato de direitos de transmissão – “Tanto pagamos e pouco recebemos”. No entanto, “no que depender da emissora, chegou a hora de mudar esse cenário” – adverte o UOL. Explica – O UOL Esporte teve acesso ao email enviado pelo diretor da Globo Esporte, Marcelo Campos Pinto, aos presidentes dos clubes de futebol cobrando privilégios que a TV Globo e o Sportv entendem ter direito na cobertura jornalística da rotina de treinos e jogos. Informa que “o protesto global encaminhado por Campos Pinto é um consolidado das reclamações de produtores e editores da TV Globo e do Sportv. A cúpula editorial da empresa não aceita que as equipes de reportagem tenham tão somente o mesmo acesso concedido a empresas que não detêm direitos de transmissão, ou então que os repórteres e produtores não possam fazer mais perguntas a técnicos e jogadores que os jornalistas concorrentes” (!) “Desde 1997, quando se assinou o primeiro contrato da nova era do Campeonato Brasileiro de Futebol da Série A, a TV Globo e a Globosat não tem (sic) poupado esforços para promover, valorizar e engrandecer esta competição. Entendemos, entretanto, como temos ressaltado em todas as nossas reuniões, que este é um esforço de todos nós, clubes e emissoras. Não raras vezes temos a impressão de que os clubes entendem que esta missão não lhes diz respeito, o que evidentemente não faz o menor sentido”, afirmou Campos Pinto no email enviado a todos os presidentes. “Mas a Globo já tem privilegios” – questiona o UOL. E desfila exemplos (1) O ‘Esporte Espetacular’ teve acesso aos vestiários do Palmeiras e pôde filmar a última preleção do time antes do jogo contra o Flamengo, que selou a queda à Série B; (2) A TV Globo teve acesso aos jogadores para fazer chamadas individuais e promover as transmissões. Cinegrafistas também têm acesso a uma área diferente dos demais; (3) No Flamengo, no Rio, a assessoria de imprensa sempre marca coletivas que tenham algum anúncio importante para o horário do almoço, quando o programa global poderá transmitir ao vivo. A clareza de Campos Pinto sobre o tema está no email aos clubes, quando alega que “todas as exigências feitas estão em contrato” (!) – “O relato de nosso jornalista responsável pelas matérias que devem ser semanalmente produzidas nos clubes (…) nos dá conta de fatos que são absolutamente inadmissíveis dentro do contexto de um esforço mútuo de permanente promoção de nosso campeonato. E isso sem contar que o acesso privilegiado necessário à produçao de matérias jornalísticas durante os jogos e nos clubes consta expressamente de nossos contratos” (!) Mas Campos Pinto também destacou que a emissora sempre se preocupa em exibir e promover a marca dos clubes e de seus parceiros – “Lembro, por oportuno, que tais matérias sao exibidas de 2ª a sábado em nossos telejornais e programas esportivos, o que corresponde a mais de 60% da exposição anual das marcas dos clubes e de seus patrocinadores de camisa e material esportivo na Rede Globo e no Sportv”. Pergunto – Afinal – isso é marketing ou jornalismo? Arrogância ou comportamento adequado? Não parece um abuso de quem já tem o poder absoluto sobre as decisões e os destinos do futebol brasileiro? Ou faço uma avaliação errada dos fatos? (Blue Bus)

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