É claro que a renda da população não é consequência unicamente de decisões de um presidente. E é claro, também, que muitos dos efeitos das medidas dos governos no mercado de trabalho não são imediatos. Mas é igualmente verdadeiro que muitos eleitores tendem a aprovar mais o governo de plantão (ou desaprovar menos) quando estão com mais dinheiro no bolso, e a criticar mais quando estão com menos. Uma questão que permanece agora é se o atual quadro do mercado de trabalho, com baixo desemprego e renda em ascensão, é sustentável. A resposta deve vir nas próximas estatísticas sobre os investimentos das empresas. Os números indicarão se os empresários estão dispostos a colocar mais dinheiro na produção. No terceiro trimestre do ano passado, o que ocorreu foi o inverso, uma queda nos investimentos.
Preços
Alguns leitores deixaram comentários sugerindo incluir nesta análise a alta dos preços. Explico que os números citados até aqui, no texto e nos gráficos, já descontam a inflação. Por exemplo, no primeiro gráfico, a barra da direita mostra um aumento de 3,2%. Esse número se refere a quanto o rendimento subiu acima da inflação. O chamado aumento nominal (sem descontar a inflação) foi de 9,4%. A inflação pelo INPC (um dos índices oficiais) foi de 6,2%. O aumento real, portanto, é aquele mostrado no gráfico, de 3,2%.
O outro gráfico segue a mesma lógica. Os dados estão atualizados pelo INPC a preços de 2012. Na primeira barra, por exemplo, está escrito que a renda média de dezembro de 2011, quando corrigida pela inflação, equivale hoje a R$ 1.749. Em outras palavras, a renda média naquela época (nominalmente de R$ 1.650) tinha um poder de compra equivalente ao que hoje tem uma pessoa que ganha R$ 1.749. Lembrando que aqui estamos trabalhando sempre com dados do IBGE. Respondendo a questão de um leitor, a série histórica da pesquisa mensal de emprego do instituto começa em março de 2002, por isso não há dados de anos anteriores.
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