Projetado para o mercado estrangeiro pelo estouro de Tropa de Elite, o brasileiro José Padilha já tem um novo projeto internacional além de Robocop. Ele é o nome por trás de Narcos, série sobre o traficante colombiano Pablo Escobar que deve estrear no Netflix em 2014. Sim, no Netflix. O serviço de streaming de vídeos está investindo pesado naquele que tem tudo para ser a primeira operação de sucesso de TV na internet. A aposta é alta – já se contam cinco séries, uma no ar e quatro em produção, com orçamento médio de 100 milhões de dólares cada. E a intenção, declarada, é ambiciosa: a de ser a HBO da web. O plano foi bem sucedido na largada. A primeira produção do Netflix a estrear foi a excelente House of Cards, que entrou no ar para o mundo todo em 1º de fevereiro, acompanhada, no mesmo dia, por 50.000 comentários no Twitter segundo o site Trendrr.TV, que monitora o falatório sobre televisão nas redes sociais. Além de dar o sinal verde para novas produções como Narcos no Netflix, a boa recepção a House of Cards levou a concorrência a se mexer. Empresas como Amazon e Hulu (o serviço dessa última ainda não está disponível no Brasil) já anunciaram que terão séries próprias.
Remake de uma série britânica dos anos 1990, House of Cards tem duas temporadas previstas, com 13 episódios cada, o que dá um custo médio por episódio parecido com o de produções da TV paga como True Blood e Boardwalk Empire - algo ao redor de 4 milhões de dólares. A primeira temporada foi disponibilizada por completo de uma vez, tática de que só um serviço on-line como o Netflix pode lançar mão e que alimentou o alvoroço nas redes sociais. O método pode ser comparado ao de uma lanchonete de fast food, já que permite consumir vários episódios em uma única oportunidade, como combos. Verdade seja dita, assistir aos 13 sem parar é quase impossível, pois cada episódio tem cerca de uma hora – ainda assim, há relatos de gente que se sentou no sofá para ver um episódio antes de dormir e só levantou de lá de manhã, com o sol a pino. A maioria dos fãs consumiu a temporada no primeiro fim de semana. Na sexta, o Twitter do Netflix lembrava aos assinantes, com ironia: “Assistam com responsabilidade. Não se esqueçam de tomar banho, comer, alongar”. Se impressiona, a rapidez com que espectadores assistem à série faz com que especialistas questionem a viabilidade do produto a longo prazo. Afinal, boa parte do marketing de séries de TV se faz de boca a boca, de gente que assiste ao programa e recomenda a amigos enquanto espera, com ansiedade, por um próximo capítulo. (Veja)
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