O dramaturgo e diretor de teatro em Ilhéus, Romualdo Lisboa resolveu deixar o facebook. Cordelista de primeira ordem, deixou essa rima nordestina com críticas aos vícios da rede social.
Desta área democrática
que tudo pode se dizer,
o bem de quem é bom
o mal que se há de fazer,
tô me despedindo agora,
assim mesmo sem demora,
vou caçar o que fazer!
Não suporto a hipocrisia
dos moralistas de plantão.
Uns dizem ser heróis
esculhambando a nação,
falam de todo corrupto,
mas de modo ininterrupto
vivem da corrupção.
Tem gente que vive
de esculhambar o alheio,
sem direito de reposta
botam até a mãe no meio.
Antes que o infeliz se rete
usam a tecla do delete
tirando o “post” sem rodeio.
Outros se arvoram
de doutores, bacharéis,
sabem bem como usar
filosofia de bordéis,
copiam e colam bem
sem dizer de onde vem
dão uma de menestréis.
De repente os maiorais
conhecem de todo assunto.
Falam de política, futebol,
religião e até defunto.
Trazem sempre a notícia
carregada de malícia,
e o veneno que vem junto.
São tantas inteligências
que por aqui aparecem,
que os jovens e adultos
dos livros até esquecem.
Já não se lê mais história,
jogaram fora a memória
alguns até enlouquecem.
Do Rio Grande do Sul
confundiram o estatuto
de um Abrigo de Idosos,
veja que povo astuto,
era pra ser, incréus,
Casa dos Artistas de Ilhéus
mas descobri o substituto.
Que saudades de Pedro,
o Mattos com dois tês.
Ele que desmascarava
aos gritos de uma só vez
charlatãs e vigaristas
que se diziam artistas
mas arte nunca fez.
Pois agora me despeço
dos mil e tantos amigos.
Espero que a amizade
continue sem perigos.
Não quero que me cutuque
pois fora do feicibuque
prefiro hábitos antigos.
Se quiser encontrar comigo
alguma coisa pra me dizer
sabem onde me encontrar
e eu recebo com prazer.
Tô me despedindo agora,
assim mesmo sem demora,
vou caçar o que fazer!
Ilhéus, 19 de março de 2013.
* Romualdo Lisboa é diretor do Teatro Popular de Ilhéus.
que tudo pode se dizer,
o bem de quem é bom
o mal que se há de fazer,
tô me despedindo agora,
assim mesmo sem demora,
vou caçar o que fazer!
Não suporto a hipocrisia
dos moralistas de plantão.
Uns dizem ser heróis
esculhambando a nação,
falam de todo corrupto,
mas de modo ininterrupto
vivem da corrupção.
Tem gente que vive
de esculhambar o alheio,
sem direito de reposta
botam até a mãe no meio.
Antes que o infeliz se rete
usam a tecla do delete
tirando o “post” sem rodeio.
Outros se arvoram
de doutores, bacharéis,
sabem bem como usar
filosofia de bordéis,
copiam e colam bem
sem dizer de onde vem
dão uma de menestréis.
De repente os maiorais
conhecem de todo assunto.
Falam de política, futebol,
religião e até defunto.
Trazem sempre a notícia
carregada de malícia,
e o veneno que vem junto.
São tantas inteligências
que por aqui aparecem,
que os jovens e adultos
dos livros até esquecem.
Já não se lê mais história,
jogaram fora a memória
alguns até enlouquecem.
Do Rio Grande do Sul
confundiram o estatuto
de um Abrigo de Idosos,
veja que povo astuto,
era pra ser, incréus,
Casa dos Artistas de Ilhéus
mas descobri o substituto.
Que saudades de Pedro,
o Mattos com dois tês.
Ele que desmascarava
aos gritos de uma só vez
charlatãs e vigaristas
que se diziam artistas
mas arte nunca fez.
Pois agora me despeço
dos mil e tantos amigos.
Espero que a amizade
continue sem perigos.
Não quero que me cutuque
pois fora do feicibuque
prefiro hábitos antigos.
Se quiser encontrar comigo
alguma coisa pra me dizer
sabem onde me encontrar
e eu recebo com prazer.
Tô me despedindo agora,
assim mesmo sem demora,
vou caçar o que fazer!
Ilhéus, 19 de março de 2013.
* Romualdo Lisboa é diretor do Teatro Popular de Ilhéus.
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