segunda-feira, abril 29, 2013

Após 10 anos, UnB vai rever cotas raciais

Pioneira na adoção de cotas para negros, a Universidade de Brasília (UnB) começará a reavaliar o sistema em 2013. O debate terá início uma década após a aprovação da política afirmativa, em 6 de junho de 2003, e as decisões tomadas no fim desse processo serão votadas pelo Conselho Universitário (Consuni) no próximo ano. "Essa avaliação de 10 anos já era programada desde que o sistema foi implantado na UnB", lembra o decano de Ensino de Graduação, Mauro Rabelo. De acordo com ele, será montada uma comissão para analisar as perspectivas futuras da ação. A discussão será baseada em dados que estão sendo colhidos pela universidade, que vai consolidar as informações relativas, entre outros pontos, ao número de beneficiados pela política do sistema e o total de formados. "A avaliação tem esse objetivo: olhar os índices coletivos para entender o que aconteceu desde 2003", completa Rabelo. Esse grupo deve se reunir a partir de junho e poderá, inclusive, propor o fim do programa ou outras mudanças. O resultado será submetido a instâncias acadêmicas antes de uma decisão final. O coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da UnB, Nelson Fernando Inocêncio da Silva, não acredita que o programa terá fim. "O sistema deve ser mantido. Primeiro, porque foi pioneiro: a proposta da UnB reconheceu publicamente o racismo como um fenômeno que deve ser combatido não só nas periferias, mas o entendendo como um fenômeno capaz de interferir na vida das pessoas, independentemente da classe social a que ela pertença", explica.

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