Coreia do Norte dá aval para expandir programa nuclear

O Parlamento da Coreia do Norte aprovou nesta segunda-feira um plano para aumentar a importância do programa nuclear do país. A decisão ocorre um dia depois de o governo pedir a ampliação "qualitativa e quantitativa" das forças nucleares. Segundo a agência de notícias estatal KCNA, o Parlamento adotou com unanimidade uma proposta para dar um maior destaque às armas nucleares na defesa do país. “As armas nucleares têm o propósito de retaliar ataques até que o mundo seja desnuclearizado”, diz o texto aprovado. No domingo, o Partido dos Trabalhadores da Coreia (comunista) realizou uma rara reunião de cúpula. O partido descreveu as armas nucleares como "a vida da nação". Na sexta-feira, a Coreia do Norte anunciou estar em estado de guerra contra o Sul, levando Seul a prometer uma resposta "forte", sem levar em conta "considerações políticas", no caso de um ataque do vizinho do norte.

“A posse de armas nucleares pela Coreia do Norte deveria ser estabelecida em lei e as forças nucleares deveriam ser ampliadas e reforçadas qualitativa e quantitativamente”, ressaltou a cúpula do partido, segundo a agência estatal. Enquanto isso, o Parlamento da Coreia do Norte nomeou nesta segunda-feira Pak Pong-ju para o cargo de primeiro-ministro, do qual ele havia sido demitido em 2007 por sua incapacidade de realizar reformas econômicas. Ele é um importante aliado de Jang Song-thaek, tio do jovem mandatário norte-coreano Kim Jong-un, e já trabalhou com a mulher dele, Kim Kyong-hui. Também nesta segunda-feira, o jornal americano Washington Post afirmou, com base em informações de especialistas americanos, que a Coreia do Norte adotou medidas pouco usuais para diminuir rastros da bomba nuclear usada em um teste em fevereiro. Segundo o jornal, o governo americano não conseguiu detectar rastros do teste na Coreia do Sul nem na atmosfera. A descoberta levantou suspeitas de que os cientistas norte-coreanos chegaram à fabricação de uma bomba que usa urânio enriquecido como sua base. (AFP)