As idas e vindas a Brasília, os debates na Câmara de Vereadores, as reuniões, passeatas e mobilizações nas ruas não foram em vão. Foram os primeiros passos de uma luta que hoje faz vitoriosas Itabuna e a região Sul da Bahia. A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSBA, como denomina a comissão de implantação, ou UFESBA, como consta do projeto de lei que tramita no Congresso) começa a se tornar realidade. O projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e na semana passada o prefeito Claudevane Leite lançou o edital de chamamento público para receber propostas de terrenos, por doação ou venda, onde poderá ser construído o campus da universidade. Quando essa luta começou, o sonho era impulsionar a educação na região, mas alimentado pela garra dos que lutavam e pelos intensos debates com a comunidade a ideia tomou corpo e se tornou o sonho da comunidade, não apenas de Itabuna, mas de toda a região. Tudo começou com um grupo de vereadores que queria expandir o ensino técnico no Sul da Bahia, atraindo equipamentos públicos de educação para a região. Já em 2005 eles se uniram para a luta e iniciaram a movimentação para trazer o Instituto Federal da Bahia (IFBA) para Itabuna. Naquela época, o IFBA passava por um processo de expansão, mas a unidade acabou indo para Ilhéus.
Já em 2009, em uma audiência com o professor Naomar Almeida Filho, que era reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi debatida a ideia inicial que era ter em Itabuna cursos de extensão da instituição com sede em Salvador. Houve uma sessão na Câmara de Vereadores com a presença de Naomar e foi, então, criada uma comissão, coordenada pelo vereador Wenceslau Junior, para deslanchar a luta pela implantação de universidade e não mais apenas pela extensão da UFBA. “Com o apoio da Maçonaria fizemos propaganda em televisão, criamos adesivos, praguinha, panfleto, jornal, abaixo-assinado eletrônico, abaixo assinado em papel e, no final de 2009, fizemos uma passeata no Centro de Itabuna, além de visitas a diversos municípios da região e de uma sessão na Câmara de Vereadores de Ilhéus” contou Wenceslau. Em 2010, o movimento continuou com a inclusão da luta pela universidade na pauta de campanhas de vários candidatos a deputado, incluindo o próprio Wenceslau Júnior, que disputou um mandato estadual. Um ano depois, em audiência com o ministro da Educação, a bancada baiana na Câmara Federal apresentou um documento com estudos, argumentos e as justificativas para a criação de uma Universidade Federal do Sul da Bahia. Com a certeza da chegada da UFSBA, cujo projeto da presidenta Dilma Roussef já está em fase final de aprovação no Congresso, a avaliação é de que a universidade será um marco no desenvolvimento de Itabuna e região. “O impacto da universidade no foco econômico da região vai ser repercutido daqui a cinco ou 10 anos, pois a tendência é de que Itabuna se transforme num pólo de tecnologia e supere a ideia de monocultura existente. Essa região com certeza será uma das mais desenvolvidas do nosso País” avalia Wenceslau. O prefeito Claudevane Leite criou, logo no início de 2013, uma comissão formada por cinco secretários para acompanhar de perto o processo de instalação da UFSBA e cobra cotidianamente o trabalho da comissão. Entre as ações da Prefeitura de Itabuna está a recente divulgação do edital de chamamento público para seleção de uma área particular onde será instalado o campus da universidade. O governo municipal deve anunciar, ainda, dentro de alguns dias, um local para a sede provisória da reitoria da UFSBA. “O compromisso do prefeito é garantir tudo que for solicitado para que a implantação ocorra com a maior brevidade, para que em 2014 a gente possa ter a universidade funcionando, ainda que em locais provisórios” afirma Wenceslau. Como vice-prefeito e secretário de Planejamento e Tecnologia, ele comemora a proximidade de realização de um sonho, de uma luta antiga: “É muito bom ter iniciado, sonhado, reivindicado e mobilizado as pessoas para esse processo e agora estar do outro lado da moeda, agindo. Agora já não é mais a hora de reivindicar e mobilizar, é hora de agir”. Wenceslau destaca também a contribuição da professora Dinalva Melo, secretária municipal da Educação, que também faz parte da comissão municipal de apoio à implantação da UFSBA, com a experiência de quem participou dos processos de criação da Faculdade de Filosofia de Itabuna – FAFI, da Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna – Fespi, e coordenou os processos de criação da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC e da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB.
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