O envelhecimento gradual da população brasileira sugere uma mudança de comportamento e maior foco de investimentos relacionados à saúde ocular das pessoas na terceira idade. Uma das doenças comuns para esta faixa etária é a Degeneração Macular Relacionada à Idade, com surgimento comum após os 55 anos. A médica do DayHORC – Hospital de Olhos Ruy Cunha, especialista em Retina, Tâmara Lopes de Oliveira (CRM 14784) fala sobre sintomas mais comuns e os tipos de tratamento indicados. A degeneração macular relacionada à idade, conhecida como DMRI, é a principal causa de cegueira na terceira idade. Ocorre geralmente acima dos 60 anos e é decorrente de uma perda de visão progressiva na mácula. Provoca baixa visão central (mancha central) dificultando principalmente a leitura. Diferentes fatores podem contribuir para o aparecimento da doença: pele clara e olhos azuis ou verdes, exposição excessiva à radiação solar, tabagismo e dieta rica em gorduras estão associadas à maior incidência de degeneração macular relacionada à idade. A mácula é a região da Retina onde se obtém melhor qualidade para leitura, pequenos detalhes e da região central da visão. Existem dois tipos de degeneração macular relacionada à idade: a Degeneração Macular Seca ou Atrófica, considerado o tipo mais comum, ocorrendo em 70 e 80% dos casos. “Este tipo apresenta áreas de perdas das células da mácula, associadas a alterações pigmentares e lesões típicas chamadas drusas. A perda visual geralmente é lenta nestes casos, e pode ser prevenida por tratamento específico”. declarou Tâmara. O segundo tipo de manifestação da doença é classificado como Degeneração Macular Úmida, também conhecida como Exsudativa. “É considerada bastante agressiva, já que é caracterizada pela formação de novos vasos sanguíneos, acompanhados de tecido inflamatório e com grande potencial destrutivo. Deve ser tratada de forma rápida e intensa”, descreveu a médica especialista em retina.
Degeneração macular se desenvolve de forma diferente em cada pessoa. Por isso, os sintomas podem variar. Entretanto, os mais comuns incluem: perda gradual da capacidade de ver objetos nitidamente; visão distorcida (os objetos parecem ser do tamanho ou forma errado, linhas retas parecem onduladas ou tortas); perda gradual da visão de cores claras; aparecimento de uma área escura ou vazia no centro da visão. “Como estes sintomas podem também indicar outros problemas de saúde ocular, se você perceber que apresenta algum deles, agende uma consulta com seu oftalmologista imediatamente”, acrescentou a médica. O diagnóstico da Degeneração Macular só é possível através de um exame oftalmológico completo, no qual o médico irá realizar uma série de testes para determinar a ocorrência da degeneração macular ou outra condição causando os mesmos sintomas. O tratamento é realizado de acordo com o tipo da doença. “Para a Degeneração Macular Exsudativa, se detectada precocemente, o tratamento é realizado com medicações antiangiogênicas, para combater a molécula responsável pela ativação da doença (VEGF). Já a Degeneração Macular Atrófica pode ser controlada com medicação e uso continuado de vitaminas, que impedem ou retardam o avanço da doença”, finalizou a médica Tâmara Lopes.
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