terça-feira, outubro 15, 2013

Policial presta depoimento ao MP e relata ter ouvido sessão de tortura na noite do desaparecimento de Amarildo

Um policial militar revelou, na madrugada de ontem, em depoimento ao Ministério Público estadual, que ouviu, de dentro de um contêiner da base da UPP Rocinha, uma pessoa sendo torturada na noite do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. Por causa das novas informações, pelo menos outros cinco policiais da unidade poderão ser denunciados por participação na morte de Amarildo. As informações foram mostradas ontem pelo “RJTV 2ª Edição”, da Rede Globo. Dez PMs, entre eles o ex-comandante da UPP da Rocinha, major Edson Santos, já estão presos, acusados do crime. Os cinco policiais podem responder por terem presenciado a morte de Amarildo, sem nada terem feito. O PM que prestou depoimento ao MP estava de serviço, na parte administrativa da UPP, em 14 de julho, dia do crime. Ele não teve identidade revelada, e será incluído, com a família, no Programa de proteção à Testemunha. De acordo com o policial, naquela noite, ele e outros PMs teriam recebido uma ordem do tenente Medeiros para que ficassem dentro do contêiner e dali não saíssem em hipótese alguma. Em seguida, ouviram barulhos de agressões, choques, e dor. A sessão de tortura teria durado 40 minutos. Depois disso, aqueles que estavam dentro da base ouviram gritos dos policiais, dizendo que algo tinha dado errado. Mais tarde, o PM que prestou depoimento relatou ainda ter visto uma movimentação na mata atrás da base onde fica o comandante da UPP. Ontem, por causa das novas revelações, a Polícia Civil e o Ministério Público fizeram novas diligências na favela da Rocinha.O PM que prestou depoimento não figura como réu do processo. Ele é apenas testemunha do caso.

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