sábado, novembro 30, 2013

Homem transgênero e grávido se casam na Argentina

Um casal transexual integrado por Karen Bruselario, 28 anos, e Alexis Taborda, 26, se tornou nesta sexta-feira o primeiro matrimônio cujo parceiro masculino está grávido na Argentina. — Foi um dia muito emocionante, único, muito lindo porque realizamos um dos nossos maiores sonhos, o casamento civil — disse Alexis, o grávido, em conversa com a agência AFP por telefone. O caso sem precedentes na Argentina ocorreu em Victoria, cidade de 40 mil habitantes na província de Entre Ríos, 330 km a nordeste de Buenos Aires. Alexis, que está grávido de 36 semanas, disse que ficou surpreso com o apoio dos familiares e vizinhos antes e depois da cerimônia: — Vitória é uma cidade conservadora, mas pouco a pouco vai se abrindo e nosso casamento ajudará neste sentido. Não esperávamos tanta gente para nos cumprimentar e tantos meios de comunicação para nos entrevistar — revelou Alexis. Karen destacou que "realizou o sonho de toda mulher transexual que teve uma vida difícil: casar de branco e ter uma festa celebrada com amor". Alexis, cujas fotos revelam um rosto masculino, com barba rala e uma grande barriga (de oito meses), admite que sua condição de grávido gera sentimentos contraditórios. — Sinto que há algo estranho dentro do meu corpo e quero ver o bebê fora de mim — confessa Alexis, cuja masculinidade impede qualquer instinto maternal. A cesariana está prevista para o dia 22 de dezembro e Alexis dará à luz Génesis Angelina, em uma situação inédita na Argentina. — 'Génesis' porque é o princípio de tudo e para nós ela será o início de uma nova vida, e 'Angelina' porque é um anjo que Deus envia à Terra — explicou Karen. O casal se conheceu há dois anos, em Buenos Aires, quando participavam de reuniões de organizações de transexuais. A Argentina foi o primeiro país da América Latina a adotar, em 2010, uma legislação que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em 2012, foi aprovada a chamada Lei de Identidade de Gênero, que permite a travestis e transexuais ter um documento de identidade com o sexo escolhido. (AFP)

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