Surpresa com o resultado do PIB do ano passado, a presidente Dilma Rousseff conversou ontem por telefone com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estava em São Paulo, e cobrou dele explicações para a previsão errada. A estratégia do governo para conter a frustração generalizada será mostrar agora que a "economia real" começou a reagir no fim deste ano, o que levará a uma expansão na casa de 2,5% em 2013. A revisão do PIB de 0,9% para 1%, em 2012, pôs Dilma numa saia-justa internacional. Na semana passada, em entrevista ao jornal El País, ela havia "antecipado" que o crescimento do ano passado seria revisado para 1,5% - quase o dobro da taxa anterior. "Resolveram reavaliar o PIB. E o PIB do ano passado, que era 0,9%, passou para 1,5%. Nós sabíamos que não era 0,9%, que estava subestimado", disse Dilma ao jornal espanhol. A conta errada foi atribuída no Palácio do Planalto à Secretaria de Política Econômica, comandada por Márcio Rolland. O mal-estar ultrapassou fronteiras porque a informação da presidente ao El País acabou criando uma expectativa no mercado que não se confirmou. Diante desse quadro, Dilma e o Ministério da Fazenda montaram uma operação de comunicação para evitar novos danos à imagem do governo. "Ainda temos um trimestre pela frente. É perfeitamente possível chegar a 2,5% de crescimento em 2013", afirmou Mantega, ontem, numa referência à previsão do mercado. (Estadão)
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