O marceneiro José Joaquim Santana, de 81 anos, morto com um tiro na cabeça na noite da última quarta-feira, na Favela Mandela II, em Manguinhos, na Zona Norte do Rio, foi enterrado nesta sexta-feira no Cemitério do Caju, também na Zona Norte. Cerca de 30 pessoas acompanharam o sepultamento, entre vizinhos, colegas de trabalho e apenas um familiar: a doméstica Maria Lúcia Gomes, de 56 anos, companheira da vítima. Muito abalada, ela contou que o casal estaria viajando para Minas Gerais nesta sexta. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil está investigando a morte de José Joaquim. Segundo testemunhas que já prestaram depoimento, um PM da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) deu três tiros para o alto durante uma confusão com moradores. O tercerio disparo teria atingido o marcenerio na cabeça. De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), o policial em questão foi identificado e teve a arma recolhida para a realização de perícia. Antonio Carlos Costa, coordenador da ONG Rio de Paz, também acompanhou o enterro de José Joaquim. Ele conta ter conversado com o setor de Relações Públicas da PM, nesta quinta, quando pediu que a corporação custeasse o enterro do marceneiro. Segundo Antonio Carlos, sua sugestão não foi acatada, fazendo com que o idoso tenha sido enterrado numa cova rasa. Um primeiro protesto, na última quarta-feira, começou depois que PMs da UPP abordaram um adolescente de 13 anos e queriam levá-lo para a delegacia. De acordo com os moradores, os policiais não quiseram esperar a chegada da mãe do adolescente. Houve um princípio de conflito, e os policiais dispararam bombas de efeito moral e balas de borracha. Nesse momento, o policial teria atirado para o alto, acertando José Joaquim, que fumava um cigarro na sacada de seu apartamento, no condomínio da Embratel. Ele, que morava na Mandela II há mais de 30 anos, morreu no local.
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