quarta-feira, junho 18, 2014

Fuleco sumiu

Anunciado como mascote da Copa em 2012, o tatu-bola Fuleco tem andado sumido da competição. Há dois anos, ele foi anunciado não só como símbolo do esporte, mas também como um representante da proteção à natureza. “Um dos objetivos principais é usar a Copa como plataforma para comunicar a importância do meio ambiente e da ecologia”, disse à época o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. Porém segundo Rodrigo Castro, líder da Associação Caatinga – organização não governamental que propôs o animal como símbolo do Mundial – desde então a entidade não destinou um centavo para a preservação do tatu-bola, que hoje corre risco de extinção. A Fifa, que teve lucro de US$ 2,4 bilhões somente nos quatro anos de preparação para a Copa de 2014, teria oferecido de última hora um apoio de US$ 300 mil, a ser distribuídos em 10 anos, o que foi considerada uma “proposta indecorosa”. “Eles ofereceram um trocado, um dinheiro que sobrou do programa de neutralização de emissão de carbono deles. Fizemos uma contraproposta e esperamos uma resposta até o apito final da Copa”, afirmou Castro ao UOL. Coincidentemente, o Fuleco “desapareceu” do torneio e não foi utilizado nem na cerimônia de abertura. A Fifa nega que esconda o mascote e afirma que ele apareceu tanto na abertura quanto nos jogos já realizados, e que não houve alterações nos critérios de sua exibição. Durante a Copa das Confederações, em 2013, o tatu-bola ganhou grande visibilidade, mas bonecos infláveis foram atacados e murchados em meio aos protestos contra os custos do mundial. Além disso, traficantes do Rio de Janeiro utilizaram o brinquedo em embalagens de maconha e cocaína. “Daqui a 40 anos, as pessoas vão lembrar dos jogos e do campeão da Copa, talvez até lembrem do mascote Fuleco. Mas nessa época o tatu-bola pode estar extinto, e as pessoas nem lembrarem dele”, sentencia Castro.

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