Na pequena Lagoa do Carro, a favela foi paga com dinheiro público: com o prolongado abandono das obras no pequeno habitacional, famílias que não tinham onde morar invadiram as casas sem reboco ou portas. Na falta de dinheiro, tijolos fecharam janelas. Sacos plásticos viraram banheiro. E a luz foi por gambiarra. Esta é a história do esquecimento, dos sonhos, pessoas e obras que ficam pelo caminho. São milhares de casas simples, para gente simples. Obras que ainda não saíram do papel ou que nunca ficarão prontas. É um saldo desconcertante, que levou o Tribunal de Contas do Estado (TCE) a investigar a Companhia Estadual de Habitação (Cehab), órgão do governo de Pernambuco. O TCE audita obras pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida. Mas o problema é maior. Somando quatro programas habitacionais, a Cehab já tem pendentes, desde 2010, 13.703 casas. São 54% das 25.298 moradias anunciadas nos últimos quatro anos.
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