Por volta de 14h de 2 de setembro, o ex-traficante Francisco Testas Monteiro, o Tuchinha, de 50 anos, foi morto com 13 tiros em frente a um lava a jato na Rua da Prata, no Morro da Mangueira. Seus passos, entretanto, já estavam sendo seguidos há pelo menos seis horas. Em uma conversa no Facebook, um dos acusados pelo crime mostrou, às 8h, que monitorava Tuchinha. Duas horas depois do homicídio, o mesmo homem comemorou o feito. As trocas de mensagens entre Alan Tomé da Silva Souza, o Palhacinho — que teve, com Erivaldo Pereira Miranda, conhecido como Lourival, a prisão preventiva decretada pela morte — e comparsas da quadrilha foram interceptadas pela Divisão de Homicídios (DH). Nos bate-papos, aos quais o EXTRA teve acesso, Palhacinho conta a um amigo: “Ontem, os moleques foram na direção do THX (Tuchinha) aí no morro.” O jovem ainda admite: “Eu estava vindo pro Engenho, escoltei ele de Hornet (moto) parando na quadra. Aí, passei a visão para os moleques”. Por volta de 16h do mesmo dia, Palhacinho diz que viu a repercussão do caso na televisão e confessa o envolvimento na execução: “Acabou a família Monteiro. Tiramos uma coluna deles”, escreveu o rapaz em conversa com o mesmo amigo. Tido como suspeito do homicídio, Palhacinho foi detido para averiguação por policiais militares, dias depois do crime, e levado para a DH. Na especializada, ele prestou depoimento e teve o celular apreendido. No aparelho, os agentes encontraram as mensagens. De acordo com o delegado Alexandre Herdy, responsável pelas investigações, além das provas testemunhais, as conversas interceptadas foram fundamentais para elucidar o assassinato. O inquérito sobre o caso foi relatado a Justiça no início da semana passada. Alan e Erivaldo, que já tinham a prisão temporária expedida, agora têm mandados de prisão preventiva. Os dois já são considerados foragidos. Erivaldo e Alan seriam ligados ao traficante Jean Carlos Ramos Tomaz, o Beni. O bandido chefia uma quadrilha que, embora da mesma facção, tinha problemas com o grupo liderado por um sobrinho de Tuchinha. A morte do ex-traficante — que não tinha, segundo a DH, mais nenhuma ligação com o crime e trabalhava na ONG Afroreggae — teria ocorrido justamente como uma tentativa de enfraquecer os rivais.
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