A cidade que imortalizou o samba, funk, Fla-Flu, biquíni e a minissaia chega à maturidade sem perder o encanto de uma jovem cheia de curvas a caminho do mar. Há 450 anos, nascia o Rio de Janeiro, que anos mais tarde passou a viver sob as bênçãos do padroeiro São Sebastião. Entrecortada pelo verde da Mata Atlântica, banhada pelas águas da Baía e bonita por natureza, a capital se tornaria nos séculos seguintes a segunda mais importante do país e a principal porta de entrada para estrangeiros de todos os cantos do mundo. O Rio que hoje celebra o dia da sua fundação, em 1º de março de 1565, com uma vasta programação, é o mesmo que se reinventa e resgata um passado áureo quando ainda era a capital do país. A Cidade Maravilhosa retomou sua vocação cultural e esportiva, e foi redescoberta como palco dos megaeventos. Elogiada na Copa do Mundo de 2014, nos Jogos Pan-Americanos de 2007, na Jornada Mundial da Juventude e no Rock In Rio, a cidade espera fazer bonito também na Olimpíada de 2016. “Mesmo não sendo mais capital, o Rio continua vitrine do Brasil e a síntese do país. Tem esse brilho internacional”, observa a historiadora Armélle Enders, da Universidade de Paris, que retratou em livro a vida no Rio desde a fundação até os dias atuais. Para acomodar tantas mudanças que remoçam essa ‘senhora’, a cidade se transformou num enorme canteiro de obras, cercada de cones para todos os lados, para desespero dos cariocas. Aos poucos, uma nova paisagem se descortina a partir da revitalização da Zona Portuária, revelando a beleza antiga e devolvendo a seus moradores a vista da Baía de Guanabara. Muitas obras saíram do papel, como corredores expressos e túneis. Batizado de 450, o primeiro túnel subterrâneo será entregue hoje pelo prefeito Eduardo Paes. Fará parte da Via Binário do Porto. Outros projetos ficarão prontos em 2016, como o moderno bondinho que cruzará o Centro e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Até lá, os olhos do mundo estarão voltados para o Rio.
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