O prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, decretou luto oficial por três dias no município pelo falecimento na madrugada desta quinta-feira, em Salvador, do jornalista e escritor Hélio Pólvora (1928 -2015), um dos mais destacados autores de histórias curtas da literatura brasileira. O decreto será publicado ainda hoje na edição eletrônica do Diário Oficial do Município. Hélio Pólvora (1928) nasceu em Itabuna. Costumava identificar-se como “um pobre homem de Itabuna”, parodiando Eça de Queiroz. Dizia também ter saído do “ventre dos cacauais”. Aprendeu as primeiras letras com a mãe, decifrando manchetes de jornais. Mais adiante leu a pequena biblioteca familiar, fez o curso primário na cidade e o secundário, a partir de 1942, em Salvador, Bahia. Voltou a Itabuna em 1947, praticou jornalismo no jornal “Voz de Itabuna”, um semanário. Em janeiro de 1953 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou por quase todas as redações cariocas, assinou rodapés de crítica literária e iniciou-se na prosa de ficção. Publicou alguns livros: Os Galos da Aurora (1950), Estranhos e Assustados (1966), Noites Vivas (1971), Massacre no Km 13 (1978), O Grito da Perdiz (1982), Mar de Azov (1986) e Xerazade (1990) – todos eles de histórias curtas e novelas. Retornou à Itabuna após 32 anos. Em 1982 fundou, com o jornalista Manuel Leal de Oliveira, os jornais A Região e Cacau Letras, este dedicado à literatura. No mesmo ano com O Grito da Perdiz conquistou o Prêmio Bienal Nestlé de Literatura Brasileira, na categoria de contos. No mesmo concurso foi agraciado pela segunda vez com Mar de Azov, em 1986. Assim como no primeiro livro premiado, Mar de Azov é constituído de quatro narrativas, que se desenvolvem no Sul da Bahia. Em 1997 transferiu-se para Salvador onde fez jornalismo com coluna semanal em A Tarde e no suplemento Cultural do mesmo jornal. Também foi presidente da Fundação Cultural de Ilhéus e ocupava a cadeira 29 da Academia de Letras da Bahia (ALB) desde 1994.
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