A Câmara de Vereadores de Itabuna entrou no debate em torno dos problemas que envolvem a oferta de órgãos para transplante no Brasil. O assunto foi tema de uma audiência pública realizada nesta terça-feira (09), no plenário do legislativo municipal, por iniciativa do vereador Aldenes Meira (PCdoB). À frente do debate, estava o médico Eraldo Salustiano de Moura, coordenador do Sistema de Transplantes da Bahia. Ele destacou que, apesar de ser o país com o maior sistema público de transplantes do mundo, o Brasil ainda precisa avançar muito, tanto no que se refere ao número de doadores como aos recursos e à logística necessários. De acordo com o médico, na Bahia, a falta de informações faz com que 70% das famílias consultadas neguem autorização para o transplante de órgãos de parentes que sofrem morte encefálica. Pioneira em transplantes no interior da Bahia, a Santa Casa de Itabuna já realizou 120 procedimentos desse tipo, mas o número caiu entre 2013 e 2014. “É preciso remover gargalos nessa complexa cadeia”, resumiu o diretor administrativo da instituição, André Wermann, presente ao debate. Além da conscientização da comunidade, o maior envolvimento dos profissionais da saúde também é considerado essencial para permitir que mais vidas sejam salvas por meio da doação de órgãos. A cada ano, de acordo com o médico Eraldo Salustiano, cerca de mil pessoas são diagnosticadas com morte encefálica, sem que essa informação entre no Sistema de Transplantes. Ele frisa que esse é um problema que precisa ser corrigido com urgência. Fizeram parte da audiência o secretário da Saúde de Itabuna, Eric Ettinger; o diretor do Hospital de Base, Paulo Bicalho; o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, Almir Alexandrino e a enfermeira Anna Aragão, responsável pela mobilização para a doação de órgãos na Secretaria da Saúde de Itabuna. “Nosso desafio é divulgar cada vez mais a necessidade de termos um número maior de doadores”, enfatizou a enfermeira.
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