Rosto arrastado no chão, imobilização com pé no pescoço e braço torcido até a queda. Cenas que poderiam ter se passado em porões de tortura foram relatadas por crianças e adolescentes que vivem em abrigos de Porto Alegre. Em alguns casos, acolhidos ainda afirmaram ter sofrido abuso sexual.Encaminhado a um abrigo por ter sido estuprado pelo companheiro da avó aos quatro anos, José* teria sido vítima do mesmo crime no local. O delito, assim como outros relatados, teria sido cometido por profissionais contratados para cuidarem dos acolhidos, nesses locais cujo objetivo é protegê-los. Para as crianças e adolescentes, isso significa ter os direitos duplamente violados, já que foram encaminhadas a essas casas por sofrerem violência familiar. A denúncia de José integra um dos 54 procedimentos administrativos instaurados pelo Ministério Público da Capital para apurar irregularidades nesses abrigos, sendo 13% sobre abuso sexual, 17% maus-tratos e 40% negligência no atendimento.
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