O ano é 2015. Na sala azul com chão de cerâmica cinza e vários quadros de avisos na parede, pisca uma luz com os dizeres: “Só por hoje, evite o primeiro gole”. Uma elegante senhora loira chama os novatos a se apresentarem. Os relatos que se seguem são histórias dramáticas que mostram a trajetória de pessoas que perderam tudo — emprego, dinheiro, família e dignidade — para a dependência do álcool. Afora os coordenadores, há 26 pessoas na sala, cinco são mulheres.Meio século atrás, em 1965, nas bancas de jornal, a revista O Cruzeiro chamava a atenção dos leitores para uma reportagem sobre causas e efeitos do alcoolismo, considerado, à época, “o mais corrosivo veneno ‘atual’ do corpo e da alma” e “o maior problema enfrentado pela psiquiatria” na medicina.De lá pra cá, o que mudou? Embora não haja números que possibilitem a comparação do consumo de álcool no país no período, em 1965, a doença não atingia “índices alarmantes de outros países”, mas crescia de forma preocupante no Brasil.
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