sábado, outubro 24, 2015

Lava Jato freia contratação de Lula para eventos

Os efeitos da Operação Lava Jato atingiram os negócios do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fazendo despencar suas palestras remuneradas. Num intervalo de 15 meses, de março de 2014, quando a investigação foi deflagrada, a junho de 2015, Lula foi contratado para apenas seis palestras –uma média de um evento pago a cada 75 dias. Ao longo dos cinco primeiros meses de 2015, Lula foi remunerado por apenas uma palestra, bancada por uma cervejaria de Petrópolis (RJ). O quadro era muito diferente antes de 20 de março de 2014, quando foi preso pela Polícia Federal o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, dias após a deflagração da Lava Jato. De 2011 até aquela data, o ex-presidente havia proferido 64 palestras pagas, uma média de um evento remunerado a cada 18 dias. Os dados constam de um dossiê entregue pelo Instituto Lula ao Ministério Público Federal no Distrito Federal, que investiga supostas irregularidades na relação de Lula com empreiteiras brasileiras e governos estrangeiros. As empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras praticamente desapareceram da carteira de clientes de Lula, que recebe por meio de uma microempresa, a LILS Palestras, Eventos e Publicações. O último evento pago pelas empresas de construção civil –em uma viagem para Angola e Nigéria bancada pela construtora Norberto Odebrecht– ocorreu há mais de um ano, em maio de 2014. Até então, empreiteiros, incluindo Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, UTC Engenharia e Andrade Gutierrez, haviam assumido os custos de 26 palestras e viagens do ex-presidente.

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