sábado, novembro 21, 2015

Prédio do São Judas penhorado para pagar dívidas trabalhistas

Um ano se passou desde o anúncio do fechamento do único hospital psiquiátrico de Itabuna, mas o pesadelo vivido por funcionários do São Judas parece estar longe do fim. Na época, a direção do Sintesi (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Itabuna e Região) entrou com uma ação na Justiça do Trabalho. Hoje, o prédio onde funcionava o hospital está penhorado e pode ser vendido a qualquer momento, para quitar as dívidas trabalhistas. Em entrevista ao Diário Bahia, João Evangelista, diretor do Sintesi, não soube precisar o valor desses débitos. No entanto, quando fechou as portas, o São Judas estava mergulhado num "abismo" que passava dos R$ 4 milhões, incluindo pendências com o INSS e o décimo terceiro salário de 2013. "Não temos como saber [o valor], pois cada trabalhador tem situações e funções diferentes. Um é técnico de enfermagem, outro trabalhava com higienização, outro com nutrição, enfim os salários variam", justificou. Atualmente, o hospital está vazio. Nem pacientes da rede particular estão mais lá. "Ficam apenas duas pessoas tomando conta da estrutura", informou João. Na ocasião em que decretou falência, o diretor do São Judas, José Neme, alegou que os recursos repassados pelo Fundo Municipal de Saúde não custeavam os serviços da psiquiatria. Algumas reuniões, inclusive, foram mediadas pelo Ministério Público entre representantes do hospital e Prefeitura, na tentativa de evitar o fechamento da unidade. Entretanto, não houve acordo e o inevitável aconteceu. Além do processo movido pelo Sintesi, os trabalhadores também entraram com ações individuais na Justiça do Trabalho, reclamando direitos que, segundo eles, a direção do hospital teria deixado de cumprir ao longo dos anos, como décimo terceiro, férias, reajuste do salário e outros proventos assegurados pela Convenção Coletiva de Trabalho. "Essas ações continuam tramitando na Justiça", frisou Evangelista. E um ano depois, como estão essas pessoas – aproximadamente 100 –, que trabalharam durante anos no São Judas? – perguntamos ao sindicalista. "Alguns trabalham em outros hospitais, uns estão aposentados e muitos estão desempregados, infelizmente", disse.

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