RÁDIO ITABUNENSE


11 janeiro 2016

Cerveró indica propina de US$ 100 milhões no governo FHC

Ex-diretor de Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró garantiu a investigadores da Operação Lava Jato que a compra do conglomerado de energia argentino Pérez Companc (PeCom) pela Petrobras em julho de 2002, por US$ 1,02 bilhão, "envolveu uma propina ao governo FHC de US$ 100 milhões". Cerveró atribuiu as informações a diretores da Perez Companc e a Oscar Vicente, executivo argentino que presidia a empresa. A declaração, citada em reportagem do jornal Valor, foi feita antes do acordo de delação premiada do ex-diretor com a PGR, e está em documento apreendido no gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) em novembro do ano passado. A Polícia Federal (PF) investiga como ele teve acesso ao material secreto da investigação. Cerveró não esclarece no documento, contudo, quais integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso receberam propina. Delcídio, filiado ao PSDB antes de entrar para o PT, foi diretor de Gás e Energia da Petrobras de 2000 a 2001 e chefe de Cerveró. Ele é acusado de obstruir a delação premiada do ex-subordinado e está preso. Em depoimento, Delcídio informou que assumiu o cargo na estatal "a convite do então presidente da República Fernando Henrique Cardoso", passado a ele por Rodolpho Tourinho, na época à frente do Ministério de Minas e Energia e presidente do conselho de administração da empresa de petróleo. Tourinho, morto em 2015, era cota do PFL (agora Democratas) na Petrobras. O partido integrava a base aliada do governo Fernando Henrique. Em nota, Fernando Henrique Cardoso disse que as afirmações são "vagas" e que, "sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação". (JB)

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