Michel Temer deve se encontrar com Lula em breve. O vice-presidente dirá que o PMDB desembarcará de vez do governo da presidente Dilma Rousseff. Antes de aceitar ser ministro da Casa Civil, Lula titubeou justamente depois de receber informações de que o PMDB não seguiria com o governo. Foi convencido de que valeria a pena ao menos tentar convencer alguns líderes do contrário. Informados da intenção de Temer, integrantes do PT defendiam que Lula nem sequer marcasse o encontro. O PMDB deve oficializar a saída do governo na convenção marcada para o dia 29. Até lá, Temer tentará costurar para que o rompimento seja unânime ou ao menos amplamente majoritário. E o "governo Temer", que só existirá em caso de impeachment de Dilma, já passa por sua primeira "crise". O vice ficou inconformado com declarações do senador José Serra (PSDB-SP), em que o tucano dava "conselhos" a Temer sobre como o eventual futuro governo deveria se organizar. Num diálogo ríspido, Temer disse a Serra que ninguém fala por ele –o que voltou a repetir em nota oficial lançada nesta segunda (21). Um aliado de Temer no PMDB diz que o tucano "avançou demais, como se o Temer estivesse conspirando e ele [Serra] fosse o braço da conspiração". O vice ficou contrariado também com o fato de Serra dizer que ele não deveria promover uma caça às bruxas caso assuma a Presidência. "Ele vai falar isso logo do Temer, a pessoa mais apaziguadora do mundo?", diz o mesmo aliado. A referência de Serra a um suposto "Plano de Reconstrução Nacional", que, segundo o aliado de Temer, não existe, também irritou o vice. Segundo o interlocutor dele, o plano do vice para o país é o do PMDB, elaborado e divulgado pelo partido há alguns meses. (Mônica Bergamo)
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