Lindo e triste. O último capítulo de "Velho Chico", exibido nesta sexta-feira (30) na Globo, não teve a alegria que corre solta dos desfechos de novelões. Sim, teve casamentos. Sim, teve surpresas. Sim, teve 'baby boom', com direito a gêmeos e criança encontrada no mato. Mas "Velho Chico" parte marcada por uma tragédia, a morte de seu protagonista, Domingos Montagner, o Santo, justamente no Rio que costura a história da novela, o São Francisco. Nos olhos dos atores, na trilha sonora, na lente subjetiva que fazia as vezes de Santo em cena, tudo tinha uma melancolia implícita, um esforço de ser feliz quando se tem vontade de chorar. Talvez a dor da ausência do ator também tenha impactado do público. Exibido das 21h09 às 22h40, o final da trama escrita por Benedito Ruy Barbosa, Bruno Luperi e Edmara Barbosa, cravou 34 pontos de média. Foi a segunda pior audiência de último capítulo do horário, vencendo apenas “Babilônia”, que chegou ao fim com 33,5 pontos. Cada ponto equivale a 69 mil domicílios na Grande SP. O capítulo final de “Velho Chico” mostrou o reencontro de Afrânio (Antonio Fagundes) com Iolanda (Christiane Torloni), a morte de Carlos Eduardo (Marcelo Serrado) , o casamento de Santo (Domingos Montagner) e Tereza (Camila Pitanga), o nascimento do filho do casal Miguel (Gabriel Leone) e Olívia (Giulia Buscácio). Com direção de Luís Fernando Carvalho, a novela ousou do começo ao fim. Trouxe vida à caatinga, explorou iluminação, caracterização (os personagens suados e sujos), trilha sonora, tudo diferente da teledramaturgia convencional. Apresentou novos talentos ao público, como Gabriel Leone. Não agradou à todos, mas inovou. E a TV precisa disso, de novos ares, de cores novas, de novos olhares. O público precisar ter os seus sentidos testados, experimentar o inusitado. Só assim nascem novos espectadores e novas formas de entreter. Triste a inovação não ter vencido a realidade de uma perda. Mas "Velho Chico" de qualquer maneira deixará sua marca no imaginário popular, e na história da dramaturgia brasileira. Confira a audiência das dez últimas novelas do horário das 21h na Globo: A Regra do Jogo – 41; Babilônia – 34; Império – 46; Em Família – 37; Amor à Vida – 48; Salve Jorge – 46; Avenida Brasil – 52; Fina Estampa – 47; Insensato Coração – 47 e Passione – 52. (Keila Jimenez)
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