domingo, novembro 13, 2016

Bahia lidera ranking de repasses do Bolsa Família suspeitos

Cinco dias após o governo federal cancelar ou bloquear 1,136 milhão de benefícios do Bolsa Família por conta de irregularidades, com a Bahia liderando entre os bloqueados, o Ministério Público Federal (MPF) divulgou levantamento apontando que, entre 2013 e maio de 2016, “perfis suspeitos” foram beneficiados pelo programa, com a Bahia mais uma vez encabeçando o ranking. Segundo a pesquisa, empresários, doadores de campanha, servidores públicos e até pessoas mortas (os chamados “perfis suspeitos”) receberam o benefício em todo o país neste período. A Bahia aparece como o estado com maior volume de recursos repassados a estas pessoas, com R$ 536,7 milhões, que representa 4,77% do total de recursos encaminhados pelo programa ao estado entre 2013 e maio de 2016 (R$ 11,25 bilhões). São Francisco do Conde foi o município baiano com maior percentual de recursos pagos a perfis suspeitos, com 18,01%, e está também entre as dez cidades brasileiras com maior taxa. Tremedal (14,76%), Ipecaetá (12,59%), Gongogi (11,98%) e Itaju do Colônia (11,52%) completam a lista dos cinco municípios baianos com maior percentual de repasses irregulares. Ainda segundo do MPF, todos os municípios da Bahia apresentaram algum tipo de irregularidade e, em todo o Brasil, apenas 30 cidades não registraram suspeitas de fraude com os repasses do programa. Na Bahia, entre 2013 e maio deste ano, 2,6 milhões de pessoas foram beneficiadas pelo Bolsa Família. Entre elas, cerca de 141,48 mil estão na classificação de perfis suspeitos. Em todo o Brasil, 21,5 milhões foram beneficiadas pelo programa neste período, sendo que 874,1 mil podem ter recebido o benefício de forma irregular. No país, neste mesmo intervalo de tempo, R$ 86,1 bilhões foram pagos aos beneficiários, sendo que R$ 3,31 bilhões estão sob suspeita.

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