Um imóvel onde deveria funcionar um centro de formação, treinamento e capacitação para professores da rede municipal de Itabuna, na região sul da Bahia, está desativado e com diversos livros e móveis abandonados. O local que, segundo populares, virou espaço para moradores de rua e usuários de drogas, está tomado pelo mato, por sujeira, além do mau cheiro. O portão possui um cadeado, mas fica aberto, conforme relato de quem mora na região. A Casa do Educador, como é chamada, tem nas salas dezenas de livros com selo do Ministério da Educação datados de 2012. Também carcaças de móveis e computadores espalhados pelo chão. No local, ainda é possível ver uma placa informando sobre uma reforma que começou em 2012, mas que ainda não foi concluída, cinco anos depois. "Nós estamos assustados com a situação que nos deparamos com a Casa do Educador. Vamos tomar as providências junto à Procuradoria do município. É lamentável uma situação dessas, porque é um espaço público totalmente destruído", afirmou a atual secretária da educação do município, Anorina Smith. A atual secretária disse, ainda, que fará um levantamento dos livros encontrados no local e vai checar com o Ministério da Educação como as pessoas que deveriam distribuir esses livros podem ser responsabilizadas. Ela disse que o problema ocorreu na gestão anterior a dela. A reportagem procurou a ex-secretária da educação de Itabuna, Dinalva Melo, que informou que os livros e todos os demais materiais abandonados na casa já estavam no local quando ela assumiu a pasta, em 2013. Ainda segundo a ex-secretária, a reforma deveria ter sido concluída na gestão anterior a dela, mas a empresa responsável teria abandonado a obra. Por conta disso, um processo foi movido contra essa empresa e a prefeitura decidiu priorizar outras ações, como a reforma de escolas. O secretário da educação que esteve na pasta até 2012, Gustavo Lisboa, informou que entregou a Casa do Educador vazia e que não sabe dizer como os materiais foram deixados lá. Segundo ele, as obras pararam por falta de recursos. A Coordenação-Geral de Materiais Didáticos e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligados ao MInistério da Educação, informaram que os livros abandonados na casa são de 2012 e, portanto, estão fora do prazo de utilização, que é de três anos. Ainda conforme os órgãos, depois desse período, os livros podem ser doados aos próprios alunos ou a cooperativas de reciclagem. Prefeitos e secretários da educação que derem outros destinos aos livros, como abandoná-los, podem responder por descarte indevido, informou o FNDE. (TV Santa Cruz)
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