sexta-feira, janeiro 13, 2017

'Índio deveria morrer de malária e tétano', diz jornalista na tv

A letra do samba enredo da escola de samba, Imperatriz Leopoldinense, que traz como tema "Xingu, o clamor que vem da floresta", não agradou alguns setores do agronegócio. Em uma das manifestações contrárias ao samba-enredo, a jornalista da TV Record de Goiás, Fabélia Oliveira, fez um editorial de cinco minutos desafiando os compositores a conhecer os produtores rurais, a quem ela se refere como os verdadeiros "heróis". "Que conhecimento eles têm para falar do homem do campo?", indaga. Oliveira foi além da defesa do agronegócio e partiu para o ataque aos índios — exceto os 'originais' — que, para ela, não deveriam ter acesso a remédios e morrer de doenças infecciosas. "Se o índio quer preservar a sua cultura, ele não pode ter acesso a tecnologia que nós temos, ele não pode comer de geladeira, tomar banho de chuveiro e tomar remédios. Porque há um controle populacional natural, ele vai ter que morrer de malária, tétano e parto”, diz a repórter. Ao Correio BRaziliense, Fabélia disse que o editorial foi feito espontaneamente e sem pretensões de ser repercutido. Alheia à opinião dos indigenistas, ela não considera que a fala tenha sido preconceituosa e vê a divulgação do vídeo como uma forma de alertar o agronegócio para o tema do samba-enredo da escola de samba. O vídeo com a opinião da jornalista já tem mais de 340 mil visualizações e 15 mil compartilhamentos. "Eu não fui preconceituosa e vejo [a repercussão] como algo extremamente positivo, por que chegou onde deveria chegar", diz.

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