Salvador, cidade onde será ambientada a próxima novela das nove da Globo, virou um problemão para a maior rede do país. Em abril, sua afiliada na Bahia perdeu para Record durante 14 horas por dia, das 7h até as 21h. Nem o orgulhoso Jornal Nacional foi páreo no Ibope para os programas sensacionalistas e novelas bíblicas da rede de Edir Macedo. Segundo Sol, a novela novela das nove, é a esperança de executivos da Globo para estancar o avanço da Record e ao menos minimizar uma crise sem precedentes no principal mercado do Nordeste. As derrotas começaram no ano passado, primeiramente apenas para os telejornais diurnos. Em dezembro de 2017, a afiliada da Globo, a Rede Bahia, já perdia para TV Itapoan, a filial da Record, na média das 7h às 18h; em de 2018, das 7h às 20h. No mês passado, a desvantagem foi ampliada em mais uma hora. A Record marcou 13,0 contra 12,9 da Globo na média das 7h às 21h, de segunda a sexta. Além da novela, a Globo fez mudanças em seu telejornalismo local, apelando até para a exibição de cadáveres, e tirou da concorrente a jornalista Jessica Senra, que a partir de segunda-feira (7) passará a apresentar o Bahia Meio-Dia. A ideia é que Jessica seja uma versão de saias de José Eduardo Alves, o Bocão, âncora do líder Balanço Geral. Ela, inclusive, cobria as folgas de Bocão até março, quando deixou a TV Itapoan. Além do Balanço Geral, a Record da Bahia suplanta a Globo com BA no Ar, Fala Brasil, Hoje em Dia e a reprise da novela Luz do Sol. O Cidade Alerta Bahia, o BA Record, a reapresentação da novela Os Dez Mandamentos e o Programa do Porchat também vencem a Globo com alguma frequência. A maior humilhação para a Rede Bahia ocorre na faixa das 12h às 15h, a do Balanço Geral. Líder absoluto há quase um ano e meio, o programa bateu a Globo (Bahia Meio-Dia, Globo Esporte, Jornal Hoje e Vídeo Show) por 19,1 pontos a 12,3 em abril. Segundo Sol terá uma árdua missão pela frente. Em seu horário, O Outro Lado do Paraíso tem média de 37 pontos. É um bom ibope para a faixa das 21h, mas está cinco pontos abaixo da média de São Paulo e seis do RJ. A Globo também terá de vencer a resistência de parte do público baiano, que vem criticando a emissora por tentar embranquecer o Estado em Segundo Sol: dos 44 atores da produção, apenas quatro são negros. (Daniel Castro)
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