Além das denúncias de assédio sexual e contrabando de minério, documentos mostram que João de Deus chegou a ser acusado de tráfico de drogas e tortura. Em 1996, três homens foram detidos e acusados de portar drogas, arrumar confusão com um segurança e furtar a bolsa de uma mulher que buscava atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola. A polícia concluiu o inquérito e enviou o relatório à Justiça, que condenou apenas um dos suspeitos por furto. O caso, porém, voltou-se contra o médium. Ao analisar o processo, o juiz Alderico Rocha dos Santos detectou falhas de procedimento e concluiu que as acusações eram “manobras policiais coordenadas por João de Deus”, para condenar os suspeitos por “crimes que não existiram”, em razão de um “desentendimento relativo ao tráfico de drogas”. Os três acusados contaram que, em janeiro de 1996, foram levados à delegacia e forçados a confessar o porte de maconha, depois de ser submetidos a sessões de tortura e ameaças de morte — tudo sob o comando de João de Deus, que eles chamavam de “João Curador”. Veja a matéria completa aqui. PEDRAS PRECIOSAS - A Polícia Civil de Goiás apreendeu nesta sexta-feira (21), pedras preciosas, medicamentos e uma mala com dinheiro em três endereços ligados a João de Deus. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira. Entre os locais está a Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, onde ele fazia os atendimentos espirituais. O delegado-geral André Fernandes informou que as pedras de cor esverdeada, supostamente esmeraldas, serão periciadas. A questão da possível lavagem de dinheiro e das pedras preciosas serão tratadas separadamente dos casos de abuso sexual, assim como a acusação por porte ilegal de armas – outra operação realizada há dois dias encontrou mais de R$ 400 mil e seis armas em residência de João de Deus. De acordo com o delegado, a cada passo, a polícia se depara com “novas situações delituosas e isso exige maior capacitação da equipe”. A defesa de João de Deus nega as acusações e já entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a liberdade do médium. A ação foi encaminhada para análise do presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, responsável pelos processos que chegam durante o plantão judiciário.
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