segunda-feira, março 04, 2019

Sob ameaça de prisão, Guaidó volta à Venezuela

Autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, usou nesta segunda-feira (4), as redes sociais para dizer que voltou à Venezuela após ter deixado o país para viagens internacionais em busca de apoio contra o regime de Nicolás Maduro – ele esteve inclusive no Brasil, onde se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro. Sem dar detalhes sobre o pouso, ele apenas informou que estava no país. “Já em nossa terra amada. Venezuela, acabamos de passar pela imigração e vamos nos mobilizar para onde está o povo”, avisou o deputado oposicionaista na sua conta pessoal no Twitter. Em seguida, o autodeclarado presidente interino acrescentou: “Entramos na Venezuela como cidadãos livres, que ninguém nos diga o contrário. Sinto o sol de Guaíra e o brilho do povo que nos esperou aqui”, escreveu. Guaidó retorna à Venezuela no momento em que convocou uma mobilização nacional tanto em Caracas, capital do país, como em várias cidades do interior. As manifestações estão organizadas para esta quarta-feira, 5.
Em transmissão ao vivo feita na terça-feira 3 nas redes sociais, Guaidó fez um balanço de sua viagem por cinco países da América do Sul: Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador. Segundo ele, foi firmada uma “coalizão” internacional em favor da democracia. “As opções de recuperação econômica estão sobre a mesa. Isso está acompanhado da mobilização cidadã e do povo venezuelano”, destacou Guaidó. A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse nesta segunda-feria, 4, que as autoridades analisam o comportamento de Guaidó para tomar as medidas necessárias contra ele. Ameaçado pelo governo Maduro de prisão, o interino disse não temer os riscos por retornar à Venezuela. De acordo com ele, seu regresso ao país é acompanhado pelo mundo e povo venezuelano. Na transmissão ao vivo, Guaidó estava acompanhado pela mulher, Fabiana. “Se tentarem me seqüestrar, temos todos os passos a seguir”, disse. “Hoje estamos mais mobilizados do que nunca”, acrescentou. “Se me seqüestrarem, será um dos últimos horrores. No passado, seqüestraram e mataram nossa gente e estamos mais fortes do que nunca”, afirmou. Em janeiro, a Suprema Corte da Venezuela, sob controle de Maduro, proibiu Guaidó de deixar o país e congelou seus bens. Porém, a Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, aprovou uma licença para o autodeclarado presidente deixar a região. (Veja)

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