quarta-feira, novembro 13, 2019

Negros são maioria pela 1ª vez nas universidades públicas

O número de estudantes negros nas universidades públicas passou, pela primeira vez, o de brancos, segundo a pesquisa "Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil", feita pelo IBGE e divulgada nesta quarta-feira, com base na Pnad Contínua. Em 2018, o Brasil tinha mais de 1,14 milhão de estudantes autodeclarados pretos e pardos, enquanto os brancos ocupavam 1,05 milhão de vagas em instituições de ensino superior federais, estaduais e/ou municipais. Isso equivale, respectivamente, a 50,3% e 48,2% dos mais de 2,19 milhões de brasileiros matriculados na rede pública. Esta é a primeira vez que os negros ocupam mais da metade das vagas nas universidades públicas. Em 2016, primeiro ano em que a pesquisa trouxe um módulo específico sobre educação, havia uma ligeira diferença: 49,5% dos estudantes eram negros e 49%, brancos.
Segundo o IBGE, o avanço dessa parcela da população é resultado, parcialmente, do sistema de cotas, que desde 2012 reserva vagas a candidatos de determinados grupos populacionais. A partir de 2016, segundo regras estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC) na Lei Federal de Cotas, ao menos 50% das vagas disponíveis no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), são reservas para atender critérios de renda, cor ou raça. De acordo com o IBGE, nas universidades privadas também houve aumento da presença de negros, em função de programas como Fies e Prouni. Em 2016, 43,2% das vagas nessas instituições eram ocupadas por pretos e pardos. Dois anos depois, esse número passou para 46,6%, o equivalente a 2,93 milhões de estudantes. O diretor da ONG Educafro, Frei David, credita o aumento do número de estudantes negros nas universidades a uma série de medidas que vêm sendo adotadas desde a década de 1990. (Extra)

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