As duas mulheres, residentes no bairro Nelson Costa, que deram positivo para o Covid-19 no dia de hoje, são avó (66) e neta (4). Na residência, atualmente moram seis pessoas. Quatro apresentam sintomas parecidos. Todos estão sendo monitorados pelo Serviço Epidemiológico do Município. “Hoje mesmo uma médica fez uma videoconferência para acompanhar todos na casa”, informou a mãe da criança, que vamos aqui identificar como “Maria”, em entrevista exclusiva ao jornalista Maurício Maron, editor do site Jornal Bahia Online. Até o momento a grande interrogação é como uma família inteira pode ter se contaminado. A pesquisa começa no dia 16 de março. O sogro de Maria, de 68 anos, sofreu um AVC hemorrágico e foi internado no Hospital Costa do Cacau. À época, já começavam a surgir as primeiras notícias sobre o vírus na cidade, por conta do famoso casamento que ocorreu no Hotel Txai, onde casos positivos foram diagnosticados entre os convidados. A sogra de Maria, passou a acompanhar o esposo no hospital. Dois dias depois, a direção do HRCC decidiu proibir o acompanhamento de pessoas com mais de 60 anos. No dia 30 de março, ela passou a sentir mal estar, fraqueza, dor no corpo. Transpirava muito. Mas não apresentou febre alta. Há uma semana perdeu paladar e olfato e ontem apresentou forte dor nas costas quando “puxava” o ar. Foi quando acendeu nosso sinal de alerta” A solução – conta Maria – foi ela mesma substituir a sogra no acompanhamento. Ela e o marido passaram então a revezar os plantões. Depois disso, a senhora de 66 anos saiu pouco de casa. Esteve uma vez no mercado e outra no açougue. No dia 30 de março, passou a sentir mal estar, fraqueza, dor no corpo. Transpirava muito. Mas não apresentou febre alta. Há uma semana perdeu paladar e olfato e apresentou forte dor nas costas quando “puxava” o ar. “Foi quando acendeu nosso sinal de alerta”, revela Maria. Ligamos para uma médica que fez um protocolo e avisou ao Serviço de Vigilância Epidemiológica na sexta-feira passada”, conta Maria. Minha filha começou a apresentar dor no corpo, nas pernas e dois dias depois febre e dor de cabeça. Fizemos um contato com a pediatra dela, que diagnosticou como um quadro viral, com possibilidade até de ser o Covid-19. Nesta segunda, técnicos da Vigilância foram até o local, fizeram a coleta de Swab (narinas e garganta). Maria conta que já no dia 2, enquanto já se mostravam preocupados com a idosa, a filha dela de 4 anos passou a se queixar também. “Minha filha começou a apresentar dor no corpo, nas pernas e dois dias depois febre e dor de cabeça. Fizemos um contato com a pediatra dela, que diagnosticou como um quadro viral, com possibilidade até de ser o Covid-19”. Novo protocolo foi feito e a Vigilância também realizou, nesta terça, o exame da criança. Maria revela que ela e o filho mais velho apresentam quadros semelhantes mas ainda não passaram por exames. “É um quadro meio de gripe, espirros, dor de cabeça, transpiração e sensação de fraqueza”, descreveu. Pedindo sigilo, ela enviou um vídeo da filha de 4 anos. A criança chora muito, não quer se alimentar e transpira como se estivesse realizando um exercício físico de aproximadamente 40 minutos. A criança chora muito, não quer se alimentar e transpira como se estivesse realizando um exercício físico de aproximadamente 40 minutos Apesar do drama, Maria diz que é preciso ter equilíbrio para conviver com esta realidade. “Claro que os casos necessitam de cuidado e atenção. Mas não adianta ter pânico. É preciso paciência, calma”, assegura. Maria elogia a agilidade e a atenção do Serviço de Vigilância Epidemiológica. “A assistência está sendo incrível, a gente se sente segura, né”, reconhece. Hoje, entre acompanhar as condições clínicas da sogra e da filha, se medicar e cuidar do filho, Maria tenta encontrar um tempo para entender como o vírus conseguiu atingir sua família. “Talvez a gente nunca descubra”, disse ao JBO.
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