Com o Brasil na liderança dos casos, a América Latina se tornou o novo epicentro da pandemia do coronavírus, anunciou nesta sexta-feira (22), o diretor do programa de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan. Com 57% dos mortos na região, o país registrou um recorde de mortes diárias na quinta-feira, com 1.188 vítimas fatais contabilizadas em 24 horas segundo balanço do Ministério da Saúde. No mesmo dia, o Brasil ainda ultrapassou simultaneamente a marca de 300 mil contágios e 20 mil óbitos. Além do Brasil, países como Peru, com mais de 108 mil infectados e 3.100 mortes; Equador, com 35 mil infectados e 3.939 vítimas fatais; e Chile, com 48 mil casos e mais de 420 óbitos, vêm registrando aumento dos casos.
Os Estados Unidos, onde mais de 94 mil pessoas morreram oficialmente pela doença, ainda são o país mais afetado pela Covid-19, mas a curva da doença começa a decair. Depoimento: 'Choro todos os dias, e o trabalho é cada vez mais doloroso', relata médica do Equador. — De certa forma, a América do Sul se tornou um novo epicentro para a doença, vimos muitos países sul-americanos com aumento do número de casos, e claramente há preocupação em muitos desses países, mas certamente o mais afetado é o Brasil neste momento — declarou Ryan. O Brasil é é o terceiro em número de contágios no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Rússia. De acordo com analistas, no entanto, o número real de infecções pode ser até 15 vezes superior, por causa da falta de testes. Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro reclamou da “propaganda muito forte” em torno da doença, que teria levado um “pavor para o seio da família brasileira”. Em coletiva a jornalistas, nesta sexta-feira, a entidade foi questionada se estava oferecendo algum tipo de assistência direta ao Brasil e o diretor de emergências reforçou que a organização não recomenda o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina para tratar a doença, medicamento defendido por Bolsonaro. — Nós também notamos que o governo do Brasil aprovou a hidroxicloroquina para uso mais amplo, mas ressaltamos que nossas revisões clínicas sistemáticas atuais realizadas pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a evidência clínica atual não apoia o uso generalizado de hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 – não até que ensaios [clínicos] sejam concluídos e nós tenhamos resultados claros — destacou. Cientistas criticam o governo federal por resistir a medidas necessárias para conter a propagação da enfermidade, como o estabelecimento do isolamento social, insistindo na reabertura precoce do comércio. A estrutura precária do sistema público de saúde também preocupa, por forçar os médicos a fazer uma "escolha de Sofia", priorizando o atendimento aos pacientes que teriam mais condições de sobrevivência. — A maioria dos casos é da região de São Paulo, mas também Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas, Pernambuco estão sendo afetados. Mas em termos de taxas de ataque, as mais altas estão, na verdade, no Amazonas: cerca de 490 pessoas infectadas para cada 100 mil habitantes, que é uma taxa de ataque bem alta — comentou. O descontrole no Brasil levanta preocupações entre os países vizinhos. Nesta quinta-feira, em uma videoconferência que não teve a participação de Bolsonaro, os presidentes de Peru, Colômbia, Chile e Uruguai discutiram os desafios que a doença apresenta para a região. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, também esteve na chamada. Na quarta-feira passada, o ministro da Saúde da Colômbia, Fernando Ruiz, disse que tem sido "absolutamente difícil' a interlocução com as autoridades brasileiras para enfrentar a propagação do novo coronavírus na fronteira entre os dois países na Amazônia.
Os Estados Unidos, onde mais de 94 mil pessoas morreram oficialmente pela doença, ainda são o país mais afetado pela Covid-19, mas a curva da doença começa a decair. Depoimento: 'Choro todos os dias, e o trabalho é cada vez mais doloroso', relata médica do Equador. — De certa forma, a América do Sul se tornou um novo epicentro para a doença, vimos muitos países sul-americanos com aumento do número de casos, e claramente há preocupação em muitos desses países, mas certamente o mais afetado é o Brasil neste momento — declarou Ryan. O Brasil é é o terceiro em número de contágios no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Rússia. De acordo com analistas, no entanto, o número real de infecções pode ser até 15 vezes superior, por causa da falta de testes. Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro reclamou da “propaganda muito forte” em torno da doença, que teria levado um “pavor para o seio da família brasileira”. Em coletiva a jornalistas, nesta sexta-feira, a entidade foi questionada se estava oferecendo algum tipo de assistência direta ao Brasil e o diretor de emergências reforçou que a organização não recomenda o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina para tratar a doença, medicamento defendido por Bolsonaro. — Nós também notamos que o governo do Brasil aprovou a hidroxicloroquina para uso mais amplo, mas ressaltamos que nossas revisões clínicas sistemáticas atuais realizadas pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a evidência clínica atual não apoia o uso generalizado de hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 – não até que ensaios [clínicos] sejam concluídos e nós tenhamos resultados claros — destacou. Cientistas criticam o governo federal por resistir a medidas necessárias para conter a propagação da enfermidade, como o estabelecimento do isolamento social, insistindo na reabertura precoce do comércio. A estrutura precária do sistema público de saúde também preocupa, por forçar os médicos a fazer uma "escolha de Sofia", priorizando o atendimento aos pacientes que teriam mais condições de sobrevivência. — A maioria dos casos é da região de São Paulo, mas também Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas, Pernambuco estão sendo afetados. Mas em termos de taxas de ataque, as mais altas estão, na verdade, no Amazonas: cerca de 490 pessoas infectadas para cada 100 mil habitantes, que é uma taxa de ataque bem alta — comentou. O descontrole no Brasil levanta preocupações entre os países vizinhos. Nesta quinta-feira, em uma videoconferência que não teve a participação de Bolsonaro, os presidentes de Peru, Colômbia, Chile e Uruguai discutiram os desafios que a doença apresenta para a região. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, também esteve na chamada. Na quarta-feira passada, o ministro da Saúde da Colômbia, Fernando Ruiz, disse que tem sido "absolutamente difícil' a interlocução com as autoridades brasileiras para enfrentar a propagação do novo coronavírus na fronteira entre os dois países na Amazônia.
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