terça-feira, maio 26, 2020

Deputada Carla Zambelli antecipou operação da PF no RJ

Uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse que "a Polícia Federal vai deflagrar Operação Placebo para investigar irregularidades cometidas por governadores durante a pandemia." A informação foi revelada em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira, dia 25, um dia antes da Operação Placebo ser desencadeada pela PF no Rio de Janeiro. Doze mandados de busca e apreensão foram cumpridos em vários locais, entre eles Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC-RJ), e a casa onde ele vivia antes de ser empossado, no bairro Grajaú, na Zona Norte da capital fluminense. Bolsonaro e Witzel eram aliados nas eleições de 2018, mas romperam no ano passado.
“A gente já teve algumas operações da Polícia Federal que estavam ali, na agulha, para sair, mas não saíam. E a gente deve ter, nos próximos meses, o que a gente vai chamar, talvez, de ‘Covidão’ ou de... Não sei qual vai ser o nome que eles vão dar. Mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal”, disse na entrevista. Na manhã desta terça-feira, 15 equipes da PF participaram da Operação Placebo, que tem a finalidade de apuração dos indícios de desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus no Estado do Rio de Janeiro. Doze mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos, sendo dez na capital fluminense e dois na cidade de São Paulo. Os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Investigações iniciadas no Rio pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do estado. Bolsonaro atribuiu a Witzel o vazamento à imprensa das investigações sobre o crime que citaram uma suposta conexão entre ele e o caso. A tentativa de associar Bolsonaro ao assassinato de Marielle despertou a ira dos bolsonaristas. O governador nega as acusações. Witzel disse que “jamais vazou” qualquer tipo de informação e que as primeiras declarações fortes de Bolsonaro. As trocas de farpas são frequentes e xingamentos também. O último deles aconteceu em uma reunião ministerial no dia 22 de abril, quando o presidente chamou o governador do Rio de Janeiro de "estrume". O vídeo da reunião oficial, feita dentro da sede do governo, foi divulgado há pouco por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), dentro de uma investigação para verificar denúncia de que o presidente tentou interferir na Polícia Federal. "O que esse bosta do governador de São Paulo e o estrume do Rio de Janeiro estão fazendo com o vírus!", diz Bolsonaro exaltado à mesa com os ministros. "Os governadores querem levar o terror para o Brasil". (Extra)

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