Relatos de efeitos indesejáveis ocasionados durante tratamentos da covid-19 atingem mais de 500 casos, de acordo com a Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde (ANSM), incluindo problemas cardíacos atribuídos à hidroxicloroquina. Segundo a agência, sua equivalente na Espanha, a Aemps, deu conta de seis casos de problemas neuropsiquiátricos em pacientes que usaram hidroxicloroquina, entre eles três suicídios e uma tentativa de suicídio. Os problemas neuropsiquiátricos apareceram principalmente nos primeiros dias de tratamento, com doses elevadas, inclusive em pacientes sem antecedentes psiquiátricos. A ANSM assinala que já se conhecia o risco de problemas psiquiátricos provocados pela hidroxicloroquina e cloroquina, que poderiam se agravar no contexto da pandemia e do confinamento. Neste sentido, há uma avaliação em andamento em nível europeu. A ANSM indica que "o número de casos de efeitos cardíacos indesejáveis em tratamentos com hidroxicloroquina administrada sozinha ou associada a outros remédios teve um aumento menos importante do que nas semanas anteriores". A hidroxicloroquina, um derivado da cloroquina, remédio contra a malária, é conhecida por provocar em alguns pacientes anomalias elétricas do funcionamento cardíaco, visíveis por meio de eletrocardiograma, que podem provocar arritmia e até a morte. — Parece que os pacidentes com covid-19 são mais frágeis em nível cardiovascular e, em consequência, mais suscetíveis do que outras pessoas de apresentar problemas com remédios que são nocivos ao coração, como a hidroxicloroquina — explicou em abril à AFP o diretor-geral da ANSM, Dominique Martin. Levando em conta o risco, a agência sanitária francesa lembrou que, se esses medicamentos forem usados contra a covid-19, isso tem que ocorrer dentro dos testes clínicos em andamento. (ZH)
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